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Pânico 6 | Quando a brutalidade garante o entretenimento

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“Qual o seu filme de terror favorito?”. Uma das frases mais famosas do cinema, retorna em Pânico 6, que chega nos cinemas de todo país, na próxima quinta, 9. A frase, repetida em exaustão no filme em questão, segue todo o andamento da produção, onde a história é um pouco mais do mesmo, ainda que com algumas diferenças que podem fazer parte de uma
retomada da franquia, agora sem a sua principal estrela: Neve Campbell e sua Sidney Prescott. Agora, Samantha e Tara Carpenter, estão vivendo em Nova York, depois de fugirem de todo o acontecido em Woodsboro há um ano atrás. Mas parece que o ghostface não as esqueceu completamente.

O ghostface agora é um inimigo muito mais brutal para Sam e cia.
O ghostface agora é um inimigo muito mais brutal para Sam e cia.

Um filme muito mais brutal que todos os outros

Ver um filme “Pânico” sem Sidney, interpretada por Neve Campbell, pode dar uma nova perspectiva para a franquia, que mesmo que mantenha boa parte do elenco do filme de 2022, ainda parecia mais um desdobramento da história da personagem central de 5 dos 6 filmes. Mas isso se inverte agora de maneira completa. Em “Pânico 5”, já vimos uma passagem de bastão, mas agora isso é feito de forma ainda mais definitiva.

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E os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, entregam agora um filme muito mais original quanto a direção do longa. Eles conseguem dar a “Pânico 6” um aspecto gore que até então não era uma marca registrada dos longas de Wes Craven. A dupla abandona a falsa tensão que Craven ensaiou no seu último longa, em 2011, e por onde transitaram no filme do
ano passado, mas agora transformam isso em tensão de verdade. O filme é violento desde a sua primeira morte até a última gota de sangue que pinga da tela. E esse é o ponto positivo. Com originalidade.

Samantha Carpenter tem seu lado sombrio explorado em "Pânico 6"
Samantha Carpenter tem seu lado sombrio explorado em “Pânico 6”

Uma protagonista que acentua sua perspectiva assassina

Sidney Prescott é uma personagem que desde o primeiro filme “Pânico”, de 1996, há quase 27 anos, só fez evoluir como personagem, passando de uma garota amedrontada para um personagem sem medo de confrontar o seu inimigo recorrente, o Ghostface. Mas Sidney nunca foi um personagem com tendências assassinas, a não ser, que fosse para se defender. E essa é a principal mudança no perfil da protagonista do sexto filme de “Pânico”: Samantha é filha do primeiro Ghostface, Billy Loomis.

Desde o último filme, Sam sofre com essa herança um tanto ingrata. E agora, isso se acentua, tanto para outros personagens, quanto para a própria. Carregar o sangue de um assassino tão famoso nas veias, pode realmente mexer com o psicológico de uma personagem, mas em Sam
isso se torna perigoso, com base nas alucinações que ela tem, nas quais, conversa com o pai. Um pouco mais de violência e uma personagem que por vezes está sendo questionada como verdadeira responsável por tantos assassinatos, das quais as vítimas estão sempre ligadas a ela, é no mínimo instigante pra quem quer acompanhar e ter um respiro em uma história batida.

Melissa Barrera e Jenna Ortega encabeçam elenco afiado

Do que nenhum cinéfilo pode reclamar é das atuações que vemos em “Pânico 6”. Com base em tudo que já vimos nos filmes anteriores, nesse, temos um elenco talentoso e retornos importantes para história. A Gale de Courteney Cox, também produtora do longa, e a Kirby de Hayden Paenettiere, não são apenas fan services, se incorporando à história e se destacando. Assim como Dermot Mulroney, que interpreta o policial responsável pelo caso de Samantha, Tara e cia.

Barrera segura bem os questionamentos pessoais e carga emocional de Sam, enquanto Jenna Ortega brilha, como uma adolescente que espera ter uma vida normal, e não apenas perecer nas sequelas psíquicas, como Sam, do último caso em Woodsboro. Falando em Ortega e em fan services, atente-se para um singelo cameo de Wandinha Addams, personagem da jovem atriz americana em produção de sucesso da Netflix. Mason Gooding e Jasmin Savoy Brown retornam com seus Chad e Mindy, os irmãos sobreviventes do filme anterior, que agora lutam por suas vidas em Nova York, ao lado de Sam e Tara.

Elenco de "Pânico 6" atua sem exageros e segura o filme com muito talento.
Elenco de “Pânico 6” atua sem exageros e segura o filme com muito talento.

A previsibilidade até tenta, mas não tira os méritos nem mata a franquia

“Pânico 6” é um filme ousado. E sem sombra de dúvidas tem seu ineditismo, como mostrar o rosto por trás da máscara de uma versão dos maiores assassinos do cinema com menos de 10 minutos de filme. É sem precedentes. Mas com o retorno de alguns personagens direto da cova, e com outros que passam muita confiança e acabam nos decepcionando, o filme de Matt e Tyler precisa se utilizar de alguns clichês para não perder a “fórmula”. Mas funciona. Principalmente por tecer uma rede investigativa que conecta os 5 filmes anteriores. Tem um elenco talentoso, e só precisa que seu público seja tão apaixonado pela franquia, quanto os fãs de “Facada”.

Marcelo Sant' Ana

Cinéfilo, Serieaholic, Jornalista e Pósgraduando em Gestão e Produção Cultural. 31 anos, negro, de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Flamenguista. Tudo que a periferia faz, eu aplaudo e expando. Estou nesse mundo para movimentar a cultura que de melhor existe nesse mundo!

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