A 8ª temporada de Fear The Walking Dead retornou no último domingo, 14, na TV americana, e foi exibido AMC Brasil, na noite de segunda, 15. O começo da temporada com o episódio “Remember That They Took From You”, ou em tradução livre “Lembre-se do que eles tiraram de você”, foca em uma nova personagem, Wren, que descobrimos mais tarde ser ninguém menos que Mo (Zoey Merchant), filha de Morgan (Lennie James) e Grace (Karen David). Vemos uma nova comunidade que tem centenas de jovens, e que quer todos eles bem treinamos para enfrentar os caminhantes mundo afora (lembrando que eles não saem de lá, mas ok): A falada P.A.D.R.E.
Série começa com legado tardio de seus melhores dias
“Fear teh Walking Dead” começa sua derradeira temporada com uma narrativa de legado. 7 anos após vermos a captura de Morgan e Madison (Kim Dickens), temos uma comunidade estabelecida, que rouba bebês e que nunca teve ninguém que se rebelasse contra esses “métodos”. No mínimo, isso foge um pouco de tudo que a série protagonizada por Lennie James, e até a série principal, defende quanto a conflitos de ideologia. Principal o personagem forte e implacável que Morgan Jones se tornou na última temporada.
Quando conhecemos P.A.D.R.E. na última temporada, entendemos que aquela era mais uma comunidade problemática, mas mesmo que isso estivesse batido, como tudo nesse universo (são mais de 12 anos de material televisivo), ainda queríamos vê-la ser derrubada. Mas agora 7 anos depois, P.A.D.R.E. continua bem estabelecida e defendida por personagens que passaram 8 temporadas defendendo pessoas de lugares assim.
Além, é claro, deixar que uma ideia de legado, se perca ainda mais com essa passagem de tempo, que “The Walking Dead”, a pioneira, por mais que de maneira forçada, fez de forma muito mais honesta, com a saída de Rick (Andrew Lincoln) e o aparecimento de uma jovem e crescida Judith (Cailey Fleming). Aqui, é feito de forma completamente amadora e mal planejada. Mas vamos para alguns pontos positivos, não do episódio, mas que ficam como promessa do decorrer desse último ano.
O Terror parece ser uma das características forte dessa temporada
“Fear The Walking Dead” sempre foi uma série que criou tensões, ora sem nenhum fundamento, ora com boas justificativas. Teve temporadas que se alternaram entre bem elaboradas e completamente perdidas, mas vimos o vislumbre de algo diferente do que estávamos acostumados agora: Terror. Com uma leve mudança na fotografia e flashbacks um tanto assustadores, o primeiro episódio parece fazer jus aos teaser e trailer liberados. O que promete fazer da temporada e de seus 12 episódios, algo bem mais assustador que as últimas.
As séries de zumbis sempre tendem para o terror. Obrigatoriamente, são séries de suspenses e o universo criado por Robert Kirkman sempre fez isso muito bem, por que usou e abusou do drama, dos relacionamentos e das suas múltiplas configurações na queda da humanidade como conhecemos. “Fear The Walking Dead” entendeu isso e trabalhou muito os dramas de Morgan, Madison, Nick (Frank Dillane) e Alicia (Alycia Debnam-Carey), inclusive essa última fazendo muita falta desde já, tendo em vista que Alicia chegou ao seu ponto máximo na última temporada e deveria permanecer na série. Drástica perda.
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Episódio revela pouco e promete muito
Apesar de vermos Morgan, Grace, Madison e Mo, nenhum outro personagem apareceu, o que deixa muito mais perguntas do que respostas para os próximos episódios da série. A mudança de narrativa, e o artifício do avanço temporal representou mais um problema, do que uma solução, e nos colocou exatamente como a jovem personagem interpretada por Zoey Merchant: Confusa.
A conclusão de “Fear The Walking Dead” promete ser frenética, ocasionada pela redução importante de episódios, de 16 para 12. A série ainda será dividida em duas partes, de 6 episódios cada. Apesar de um primeiro episódio com história interessante, mas irregular em narrativa e execução, “Fear…” promete se esforçar para nos entregar algo bem mais criativo do que vimos no final da série original.