Barbie não é o melhor filme do ano e nem de longe o melhor filme da Greta Gerwig.
Quando você pensa em Barbie a primeira coisa que vem na sua cabeça é um brinquedo infantil, então muitas pessoas viram sobre o filme e logo chegaram à conclusão de que deveriam levar seus filhos que são crianças ao cinema mas a classificação indicativa e os trailers deixam claro que ele não tem nenhuma relação com a animação ou mesmo com a boneca, isso não é um filme infantil. Barbie no máximo tem relação com a nostalgia de brincar com a boneca, mas todas as piadas são para adultos, ela até consegue atingir adolescentes, porém não deixo de me perguntar sobre quem realmente é o público alvo desse filme, pois parece que foi uma campanha de marketing milionária tentando atingir todos pela frente sem pensar em um alvo.
Leia também: Barbenheimer – A semana que define o ano do cinema
O Hype criado em torno do filme está sabotando ele, porque ele não passa de um filme que não é para ser levado a sério, ele facilmente poderia ter sido lançado no streaming, que não faria a mínima diferença.
Barbie é o filme mais superficial e comercial da Greta até agora, ele é uma comédia que mistura aspectos de musical e mesmo assim não parece inovar, a obra depende inteiramente do seu elenco muito talentoso.
Ryan Gosling carregou o filme praticamente sozinho nas costas, e realmente não existe outra pessoa possível para ser o Ken, ele é a alma do filme e nada existiria sem ele.
Margot Robbie brilha como sempre, ela é perfeita para ser a Barbie, até demais como o próprio filme admite, em certos pontos fica difícil acreditar na história que ele tenta te passar fica um drama até um pouco ridículo.
Algumas piadas do filme não fazem sentido, mas as pessoas riram pela necessidade de não ser as únicas que não estavam sem rir naquele momento na sala de cinema.
No terceiro ato, a America Ferrera tem uma das melhores cenas do filme que é um monólogo sobre feminismo, uma pena que no resto do longa sua personagem foi basicamente esquecida, como a maioria dos grandes nomes, estavam ali só para fazer uma presença especial. Alan e Midge são personagens que foram descontinuados pela Mattel e poderiam ter sido explorados na história mas foram usados como alívio cômico, o filme realmente é só da Margot Robbie e Ryan Gosling.
Outros personagens como os executivos da Mattel que foram recorrentes nos trailers no filme pareceram algo avulso apenas para preencher espaço, o roteiro escrito por Noah Baumbach é fraco e apresenta diversos furos.
O longa de Greta Gerwig parece parece corrido e vazio, mas ao mesmo tempo ele se arrasta e fica cansativo, ele é um filme legal para você ver uma vez e não prestar atenção, mas definitivamente não vai salvar o cinema.