O diretor James Wan, sem dúvidas, merece bastante atenção sempre que lança uma produção. Afinal, entre altos e baixos de crítica, suas obras já arrecadaram mais de 3,6 bilhões de dólares. A saber, Wan está por detrás de títulos como Jogos Mortais, Invocação do Mal e Sobrenatural. Além disso, também dirigiu Velozes e Furiosos 7 e Aquaman. Agora, de volta ao gênero terror, ele entrega o longa Maligno. O filme conta a história de Madison Mitchell, interpretada por Annabelle Wallis.
Sinopse de Maligno
No filme, após sofrer um ataque violento de seu marido, Madison passa a ter visões assustadoras. No entanto, a situação se complica ainda mais quando percebe que não se tratam de pesadelos. Ao contrário, tudo o que ela visualiza, de fato, está acontecendo. Na busca por uma solução, sua irmã Sidney (Maddie Hasson) vasculha o passado de Madison e descobre coisas assustadoras. No caso, a jovem era atormentada por um ser chamado Gabriel que parece estar de volta e com muita sede de vingança.
Quem é (ou o que é) Gabriel? Qual a relação dele com Madison? Porque ela consegue ver os assassinatos em tempo real? Essas são algumas perguntas que norteiam a trama dirigida por James Wan. E, enquanto o público tenta solucioná-las, cria um vínculo com as personagens. Dessa maneira, compra, com bastante envolvimento, o terror e o suspense construídos em Maligno.
Muitos gêneros de terror num só
Um fato muito interessante no longa é que ele parece ser um filme autoconsciente. Assim, brinca com várias características do gênero terror. O próprio James Wan, inclusive, chegou a afirmar que Maligno seria voltado para os fãs de horror. Assim sendo, a obra mistura elementos de filmes sobrenaturais (que são recorrentes na carreira de Wan) com elementos de filmes slasher, comuns nos anos 80. De fato, é bem interessante o modo como o roteiro de Akela Cooper circula entre os subgêneros na primeira parte.
Entretanto, ao desenrolar da trama, nota-se que a história segue por outra linha totalmente distinta. E é justamente na construção dos plots twists que reside o grande diferencial. O filme caminha para o não-dedutível, inimaginável e completamente surreal. E, nesse caminho, Maligno abusa de sangue e cenas gore. Mas, a essa altura do campeonato, o que mais prende o expectador é a lógica investigativa e a busca por solucionar os mistérios. Talvez por isso, não apresente muito jumpscares.
Apesar do clima de suspense, o longa não poupa os pequenos alívios cômicos. Como são pontuais ou sutis acabam ressaltando ainda mais a ideia de um filme autoconsciente que brinca consigo mesmo.
Fotografia e trilha sonora
Para a sua equipe de produção, James Wan trouxe parceiros constantes de seus projetos, como o diretor de fotografia Don Burgess e o editor Kirk Morri (“Aquaman”, “Invocação do Mal 2”), a designer de produção Desma Murphy (direção de arte de “Aquaman”, “Velozes & Furiosos 7”), bem como a figurinista Lisa Norcia (“Sobrenatural: A Última Chave”).
O filme se passa numa Seattle nublada e convenientemente chuvosa. Nesse contexto, as cenas se alternam entre casas grandiosas e assuntados em estilo gótico e os dutos subterrâneos da cidade, incluindo a Seattle soterrada no século XIX. O figurino circula entre o contemporâneo e o vintage, passando uma ideia de atemporalidade, o que aponta para uma ligação importante entre presente e passado.
Com ambientes naturalmente escuros e sombrios ditando o tom do medo, a trilha sonora vem apenas para ressaltar essa tensão. Inclusive, a música é de Joseph Bishara, compositor da trilha sonora de todos os sete filmes do Universo “Invocação do Mal”.
Afinal, vale à pena assistir Maligno?
Com certeza! Se você leu essa crítica é porque provavelmente se interessa pelo gênero terror. Portanto, esse filme, de acordo com o próprio diretor, foi pensado em você. Então vá e surpreenda-se com as inúmeras reviravoltas e com um ode aos clássicos do cinema.
Sugestão de leitura: ‘Caminhos da Memória’ é um filme envolvente, apesar de pouco inovador