Após 10 anos de espera, ele chegou
Confesso que fiquei empolgado ao saber que o Dwayne Johnson interpretaria o Adão Negro, arqui-inimigo do Shazam e esperei que ele fosse dar as caras no filme de 2019. No entanto, ao sair o primeiro teaser, temi que seria mais um filme onde um vilão ganhasse uma releitura de anti-herói como o que ocorreu com o Venom e, assim, fui conferir o longa com as expectativas baixas pra evitar decepções.
Quem pode definir se Adão Negro é o vilão ou herói?
Um dos primeiros acertos do filme foi a ambientação da origem do personagem que ocorre no Reino de Kahndaq há quase 5 mil anos. Um local onde a ambição de um rei faz com que boa parte da população fosse escravizada de forma tão violenta a ponto de seus habitantes ansiarem por um salvador. Porém, ao mesmo tempo, o povo temia que qualquer ato pudesse gera uma reação ainda mais violenta contra qualquer um deles.
Esse cenário de opressão e esperança pela liberdade foi essencial para umas das principais discussões do filme: Quem decide quem é o vilão e o herói da história? Dito isso vamos para as cenas de ação. O filme marca uma nova era dos filmes da DC e aqui podemos visualizar que o estúdio se esforçou em agradar os fãs, afinal diferente da sua concorrente onde a violência das batalhas é atenuada, aqui ela foi amplificada. Ainda podemos ver que estilo de cenas muito característico de Zack Snyder sofreu uma atualização para melhor.
Há um misto daquelas cenas em câmera lenta e agora elas parecem que tem um propósito além de apenas impressionar visualmente. Como o Adão Negro possui a supervelocidade, quando essas cenas acontecem, casam exatamente com o poder do personagem e aproveitando o gancho, toda a violência que o filme tem já nas primeiras cenas não destoam do arco dele.
E talvez nesse ponto venha o primeiro ponto negativo do filme, uma vez que é iniciada uma excelente discussão sobre como algumas regiões do planeta ainda estão sendo oprimida por tiranos, mesmo com vários super heróis presentes na Terra, e simplesmente esta é deixada em segundo plano para apresentação de novos personagem e uma sessão de piadas e sarcasmos que apesar de funcionar muito bem, soterram a discussão.
Um filme que poderá agradar os fãs, mas não os críticos
Contudo, no quesito roteiro não há muitas reclamações. Adão Negro consegue prender sua atenção o filme inteiro, tanto pela história, cenas de luta e por algumas reviravoltas que o mesmo apresenta. Além disso, há piadas e tiradas sarcásticas que casam com o enredo do filme e o estilo dos personagens, principalmente O Senhor Destino ( Pierce Brosnan) e Amon Taz (Bodhi Sabongui). Vale lembrar que, para alguns críticos, esse é o principal fraqueza do filme, pois o filme é mais do mesmo e não corre riscos.
Para mim, esse roteiro pode ser o início de algo que faltava no estúdio: ” Formula DC”. Se os elementos de forem replicados nos demais filmes que estão por vir, possivelmente os fãs da DC irão sair das salas de cinema satisfeitos. Portanto, Adão Negro pode não ser o filme do ano, mas sem duvidas é um ótimo recomeço de fase para a DC. E antes que eu me esqueça, a cena pós crédito é sensacional.