Como as maiores mentes da cultura pop constroem mundos que vão além da ficção.
A mágica da criatividade pairou sobre o segundo dia Rio2C 2025, o palco foi de Mary Livanos, produtora executiva da Marvel, e Gandja Monteiro, diretora de sucessos como Agatha All Along, Wandinha e The Witcher. Em um painel mediado por Carol Moreira, elas desvendaram um segredo pouco explorado da cultura pop: o verdadeiro superpoder não está nos efeitos visuais, mas na conexão emocional que suas obras criam com o público.
Talento Inegável: A Jornada Além do “Ser Boa”
Gandja Monteiro, uma voz potente e necessária, não hesitou em expor os desafios de ser uma mulher – e mulher negra – à frente de produções grandiosas. “Você precisa ser tão boa que ninguém possa questionar se você merece estar ali. É sobre talento, claro, mas também sobre preparo, postura e trabalho duro”, enfatizou. Lembrou ainda de como, no início de sua carreira, dirigiu um curta de ficção científica repleto de efeitos para provar sua capacidade com cenas de ação. A mensagem é clara: a oportunidade em sets multimilionários só vem para quem já demonstrou ser capaz.
Ousadia Criativa: A Gênese de WandaVision
Mary Livanos compartilhou a audácia por trás de WandaVision, sua estreia como líder de projeto na Marvel. Naquele momento, a Marvel era sinônimo de cinema. Com o advento do Disney+, a ideia era experimentar. “Ninguém entendia o que estávamos fazendo. Era sitcom? Era drama? Era Marvel?”, questionou Mary, revelando a incerteza inicial. O foco, no entanto, era inabalável: contar uma história que fosse simultaneamente familiar e ousada. A criatividade, reiteraram ambas, não nasce do lucro, mas da busca por histórias significativas. “Se você está pensando em lucro, está impedindo a criatividade”, cravou Gandja.
A Personagem no Centro do Universo: O Caso de Agatha
A discussão sobre IPs (propriedades intelectuais) consolidadas trouxe à tona um ponto crucial. Como inovar sem descaracterizar a essência? Para Gandja, a resposta é categórica: “Você não insere o personagem no universo da franquia. Você constrói o universo ao redor do personagem.” No desenvolvimento de Agatha, isso se traduziu em um mergulho profundo em bruxas reais, traumas femininos e na utilização de efeitos práticos sempre que possível. Um exemplo marcante foi a cena em que Agatha recupera sua magia: uma sequência que exigiu não apenas computação gráfica, mas também suor real e uma equipe inteira trabalhando em sincronia para fazer a cena acontecer.
A Emoção que Conecta: O Verdadeiro Superpoder
No fim das contas, tanto Mary quanto Gandja convergiram para um ponto fundamental: “Você pode ter o mundo em risco. Mas o que importa mesmo é se o público se importa com as relações entre os personagens”, disse Mary. É por isso que histórias como WandaVision e Agatha ressoam tão profundamente. Elas não são apenas sobre heróis com superpoderes, mas sobre sentimentos reais, sobre a essência humana.
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