A Bienal Internacional do Livro do Rio aconteceu entre os dias 1 e 10 de Setembro. E contando com uma comemoração especial de 40 edições, nada melhor do que bater diversos recordes e apresentar novidades aos seus leitores. Realizada no Riocentro, casa do maior evento literário do calendário carioca, na Zona Oeste do Rio, a feira internacional terminou no último domingo, com marcas extraordinárias.
Público e venda de livros recordes
Organizada pela GL events Exhibitions e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), a Bienal do Livro do Rio já é considerada o maior evento de literatura, cultura e entretenimento do país. E para confirmar isso, a feira recebeu mais de 600 mil visitantes no Riocentro, levando para casa cerca de 5,5 milhões de livros, uma média de nove por pessoa. Tudo isso oferecido por mais de 497 editoras, selos e distribuidoras e uma diversidade de títulos.
Dividida em pavilhões (Laranja, Azul e Verde), a Bienal teve a maior parte dos seus dias com aglomerações, mas por bons motivos. E o sucesso de público e vendas, passa também pela coroação merecida da feira. Na celebração dos 40 anos de Bienal do Livro do Rio, ela se torna o mais novo patrimônio cultural da cidade, colocando mais uma vez a cultura e os livros como protagonistas quando se fala de educação.
Leia também: Bienal do Livro do Rio tem recorde de vendas no seu 1º fim de semana
Novos autores, espaços e novas discursos
Como toda edição comemorativa de algo do porte da Bienal, essa não poderia ser diferente. Começando pelo trio de curadores do evento, os jovens escritores Clara Alves, Mateus Baldi e Stephanie Borges. Com uma proposta de promover uma troca maior entre público e seus autores prediletos, ampliando o lugar de fala de ambos, a Bienal desenhou uma série de novidades. Dentre elas, novos espaços.
Além do aumento do número de alunos do projeto de visitação escolar, com mais de 100 mil alunos de escolas da rede pública das cidades do Rio, Queimados e Angra dos Reis, houve também considerável investimento na aquisição de livros para os estudantes das redes municipais e estadual do Rio. Ainda teve o projeto “Bienal nas escolas”, que levou a feira à dois colégios municipais da Zona Norte do Rio.
O “Café Literário” chegou completamente reformulado à edição 40 da Bienal do Livro do Rio, transformando o espaço em uma mesa de bar em alguns dias, trazendo convidados, como Claudia Abreu, João Silvério Trevisan, Felipe Charbel, Aline Motta, e o melhor das ruas para dentro do evento. O “Estação Plural” trouxe um formato inédito: O “Páginas na Tela”. A proposta é um espaço para conversas sobre histórias que estão por toda parte; nos livros, nas telas, em todas as mídias.
Do True Crime à Rita Lee
Recebendo personalidades como o autor renomado Raphael Montes, em um painel sobre as adaptações de livros, filmes, séries e podcasts
baseados em crimes reais, até Mel Lisboa e Guiherme Samora, falando sobre o legado, carreira e biografia de Rita Lee, ambos no espaço “Palavra Chave”, a Bienal tratou de todos os assuntos, tendo como temática a arte, a resistência e as transformações em seus painéis.
Destaque para o stand da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, que teve painéis voltados para revisitar vivências e obras de antigos e novos autores pretos, com temos como ‘Representatividade e instrumento de afirmação’ (Mídia e Literatura) e ‘Reconstrução da masculinidade preta após sua desumanização’.
Sucesso inclusive entre o público jovem
O Público da geração TikTok não ficou de fora do evento. Além dos já tradicionais painéis da Panini Comics e Warner (Harry Potter, Jogos Vorazes), os mais adeptos à mais nova rede social sensação, tiveram o privilégios de ter dicas de leitura feitas por influenciadores, fazendo com que aumentasse ainda mais a procura por determinados autores. É a Bienal do Livro do Rio se mantendo atual para uma nova geração de leitores.
A primeira edição da Bienal Internacional do Livro do Rio sendo realizada como patrimônio cultural da cidade do Rio de Janeiro, vai ficar para história, e não só pelos seus 40 anos. E sim, pela forma que se renovou, atualizou e gerou cultura para todos os públicos que pisaram no Riocentro. Sonhos e metas, e claro, estantes de livros, renovados.