O cinema no Brasil surgiu em 1896, no Rio de Janeiro, em uma exibição de filmagens de cidades europeias. No entanto, o primeiro filme produzido em território nacional veio do italiano Afonso Segreto que realizou gravações da Baía de Guanabara no dia 19 de junho de 1898 utilizando a tecnologia francesa do cinematógrafo.
Essa técnica é o mais próximo do cinema que conhecemos hoje e foi criada pelos irmãos Auguste e Louis Lumière em 1895. No entanto, é importante ressaltar que a origem do cinema no mundo ainda é uma incógnita, tendo em vista que diversos experimentos de técnicas semelhantes estavam sendo feitas em diferentes lugares do mundo.
A historiografia já provou que compreender o início da sétima arte depende muito do que se entende por cinema. Se for apenas imagem em movimento, pode se dizer que essa forma de arte tem séculos, se for a ideia de de imagem sequencial é provável que o conceito de cinema já tenha ultrapassado o milenar.
No Brasil, porém, o contato com o cinema vem do cinematógrafo francês, utilizado para registrar situações cotidianas do Rio de Janeiro. Já a primeira obra de ficção do país foi o filme Os Estranguladores de 1908 produzido por Francisco Marzullo e Antônio Leal. E o primeiro longa-metragem só veio anos depois com O Crime dos Banhados (1914), dirigido por Francisco Santos.
A ficção, diferente do documentário, deu mais liberdade aos realizadores para compor a narrativa que quisessem. E é a partir do final da segunda guerra mundial que os filmes passaram a ter mais cuidado com a técnica e com a linguagem. Desse modo, o cinema, aqui no Brasil, deixou de ter uma relação exclusiva ao registro de imagens e passou a ter um compromisso em contar histórias.
Primeira sala de cinema e o início de uma indústria
A primeira sala de cinema do país foi o Salão de Novidades de Paris, localizado na Rua do Ouvidor, Rio de Janeiro. Os proprietários eram Pascoal Segreto e José Roberto Cunha Salles, o primeiro o irmão de Afonso Segreto quem realizou as imagens da Baía de Guanabara e o segundo mais conhecido pelo envolvimento com jogos de azar do que qualquer outra coisa.
Tanto que, por incrível que pareça, o Salão de Novidades de Paris não foi feito para ser uma sala exclusiva ao cinema. Pelo contrário, entre jogos do bicho, jogos de azar e caça-níqueis, também era possível encontrar o cinematógrafo Lumière, importado da França que viria a dar início a toda a indústria audiovisual no Brasil.
A aceitação do público e grande repercussão com as exibições, fizeram do cinema um verdadeiro sucesso no Brasil. Com isso, a indústria construiu ao longo dos anos um prestígio mundial, passando por diferentes fases e movimentos impactados, na maioria das vezes, pelo recorte político e sociocultural do país.
Fato é que o cinema brasileiro surge de um simples registro e hoje é responsável por toda uma cultura do entretenimento e indústria que fomenta boa parte da economia. Milhares de filmes, séries, novelas, documentários em diferentes estilos e formatos, são consumidos diariamente e a diversidade cultural presente nesses conteúdos é o motivo pelo qual muitos consideram o Brasil um dos melhores produtores audiovisuais do mundo.