O Retorno da última temporada de Fear The Walking Dead trouxe novidades, tanto no seu enredo, como em personagens como Morgan, Gracie, Mo… Mas como foi dito na última crítica sobre o episódio de abertura: a série prometia durante a temporada. A estreia em si ficou aquém do esperado. Apesar de um confuso primeiro episódio, o seguinte, “Blue Jay” (ou “Gaio Azul”, em tradução livre) evoluiu bastante. Mostrando um pouco de como vive June (Jenna Eflman), agora uma justiceira implacável e solitária, a história trouxe de volta velhos conhecidos do público, novos personagens e surpreendeu.
Jenna Elfman parece ter o melhor arco de sua June
Assim como todo personagem remanescente do fim da sétima temporada, June não foge à regra. A passagem de tempo que a série oportunizou, mudou o perfil de muitos personagens, e com ela não foi diferente. Imprevisível, desde a morte de John (Garret Dillahunt), a médica agora caça pessoas de P.A.D.R.E., agindo de forma bem cruel, confirmando a minha ideia de que a série está um tanto mais assustadora. Inclusive, durante esse período que não vimos, June trabalhou para os líderes do misterioso refúgio também.
Precisamos relembrar que ao final da sétima temporada, a maioria dos personagens estava fadado a serem encontrados pelos recrutadores de P.A.D.R.E., já que eles já sabiam que os personagens estavam à deriva, em botes. Aos poucos vamos entendendo onde cada um foi colocado nesse hiato entre um ano e outro, mas que pra série, foi um salto de mais de 7 anos.
Jenna Elfman consegue transferir bem a carga emocional necessária à sua personagem, entregando uma das melhores atuações da série. Por incrível que pareça, ao contrário da história de Morgan e Grace, a trama de June faz bem mais sentido, nos deixando entender melhor até mesmo a trajetória de outros personagens, como é o caso de Dwight e Sherry. Ambos trabalham para P.A.D.R.E., para ficarem mais próximo do filho, Finch (Gavin Warren), criança criada na comunidade, mas sem saber do parentesco com os dois.
Episódio tem história acelerada e é explicativo demais
O episódio carrega o mesmo tom sombrio do episódio anterior, com amputações de dedos vistas quase que em detalhes, e uma história de pessoas que estão se reunindo para invadir a comunidade e recuperar seus filhos. June, é procurada por um desses personagens, porém se recusa a ajudar, por entender que não há como isso ser realizado.
Mas é maior que isso. June conhece muito dessas crianças, já que é revelado que ela não só era médica em P.A.D.R.E., como também fazia experimentos, tendo em vista a falsa ilusão de que ainda possa existir uma cura. Dwight e Sherry depois de saber disso, mudam de ideia, e ao invés de retornar à comunidade depois da operação de apendicite do filho, eles decidem fugir. Muita história para um episódio de 40 minutos. Mas de maneira muito mais linear que no anterior. Ainda que a mudança completa de personagens tão revolucionários ainda pareça esquisita.
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Decisões mais definitivas deixam a temporada mais séria
“The Walking Dead”, “Fear The Walking Dead”, e todas as séries e episódios especiais nunca foram tão fiéis às suas mortes como os quadrinhos. Sempre gerando aquela ideia de perigo, mas que não fazia jus a tensão. Essa 8ª temporada de Fear The Walking Dead está fazendo diferente. Entendemos que por ser a última, eles podem ousar ainda mais, e por não ter uma referência nos quadrinhos, ter uma resolução completamente original, mas a série nunca o fez, nos entregando uma série de temporadas os personagens, literalmente, andavam em círculos.
Apesar de John e Alicia (Alycia Debnam-Carey) terem sido baixas importantes das últimas temporadas, a série parece querer cumprir o prometido quanto à ritmo e perdas no seu último ano. Prova disso é a mordida que se foi permitida ao filho de Dwight e Sherry, em uma condição muito parecida com que a série original fez com Sophia, filha de Carol, na segunda temporada. Aliado ao retorno de June, e sua obrigatoriedade de trabalhar com P.A.D.R.E. novamente, para mais uma vez salvar o jovem Finch, agora, da infecção através da mordida, “Fear The Walking Dead” mostra que o último ano da série, não tem intenção de dar sustos em vão.