Temos o episódio mais regular da temporada. Ainda que seja cedo para falar sobre regularidade nesse último ano, “Fear The Walking Dead” deu o passo que esperávamos para ter de fato um desfecho interessante com “Odessa”. Ao contrário do segundo episódio, “Blue Jay”, esse episódio deu pra todos nós a esperança de ver a temporada crescer até os próximos 3 episódios, antes que a temporada pause.
Madison e June novamente reunidas
Parece distante, de tanto que a série é irregular, mas sim, Madison e June se conheceram na quarta temporada da série e lá, elas tiveram um relacionamento importante, principalmente para a entrada de June para o elenco principal do drama. E o reencontro agora, soa como uma esperançosa maneira de não ver a personagem de Kim Dickens se perder novamente.
Agora, do mesmo lado, June e Madison acabam vendo nesse reencontro a injeção de ânimo necessária para que se estabeleçam contra P.A.D.R.E. de uma vez, tendo as duas já trabalhado em prol das convicções da comunidade. Aliado a um flashback completamente solto, que explica uma origem para o verdadeiro líder da comunidade, muito mais fraca do que poderia ser, a narrativa casa bem com o ritmo do episódio.
Mais personagens retornam para o último ano
E no meio disso tudo, temos a pequena Mo, disposta a tirar a limpo, tudo que Morgan e Madison disseram sobre P.A.D.R.E., e ela consegue uma aliada nisso: Dove (Jayla Walton). Depois de um confronto onde elas conseguem fazer de refém Sam (Maya Eshet), que revela ser filha do líder da comunidade, o grupo é abordado pelos pais que querem todas as suas crianças de volta (confesso que uma cansativa dessa temporada, mesmo que só com três episódios).
E o líder desses pais, com tudo de irreal que possa haver nisso, é o inconstante Daniel Salazar (Rubén Blades). Personagem dúbio, mas muito bem feito pelo ator… Daniel é o líder dos pais que querem recuperar seus filhos. E ao encontrar Madison e June, fica parecendo realmente que agora teremos uma força tarefa quanto a prisão chamada de lar que é P.A.D.R.E.
A revelação mais esperada da temporada perde o sentido
Quando vimos o fim da sétima temporada de “Fear The Walking Dead” chegamos a cogitar muitos personagens como o líder de P.A.D.R.E., sempre levando em consideração de que esse seria o grande vilão da 8ª temporada. Pois bem, no desenrolar do episódio…, o terceiro da série, conhecemos a real identidade do chefe da quadrilha. E ele é o irmão de Sam Krennick, principal destaque feminino do episódio, Ben Krennick, interpretado por Daniel Rashid.
O episódio converge para uma explicação de que o P.A.D.R.E. só faz o que faz há tanto tempo, para que as crianças sejam poupadas de um mundo de mortos-vivos, protegendo-as do perigo que o mundo se tornou, e condicionam isso, ao abandono que seus pais biológicos propuseram aos filhos. A ideia é boa, mas a execução é terrível. E pior, o roteiro encontra personagem que valida as atitudes da comunidade, ao invés de acreditar em um ex-coletor arrependido que está tentando evitar que isso se propague. Dove e Madison. Vai entender.
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Boa narrativa, péssima história
Apesar de uma regularidade de narrativa para o episódio, tornando-o menos confuso que os últimos dois até então, “Fear The Walking Dead” começa a caminhar para um grande confronto, que é o que queremos ver, e ensaia a aparição de personagens, que não dão nem mais a cara nos créditos iniciais de cada episódio.
Uma série que poderia ter tido 3 ou 4 temporadas, agora tem uma história confusa para o seu último ano, sacramentando que a AMC pode não saber mais o que fazer, pelo menos com a série protagonizada por Lennie James. Quer apenas terminar o mais rápido possível, e evitar que ela prejudique seus próximos produtos baseados na obra de Robert Kirkman.