Três fantasmas presos em uma mansão assombrada no Rio de Janeiro estão loucos para cumprir sua missão na Terra e continuar sua caminhada para o além. Essa é a premissa de “Fervo”, novo filme produzido pela Star Distribution e que terá lançamento simultâneo no cinema e no Star Plus no próximo dia 19 de janeiro. O elenco conta com Rita von Hunty, Paulo Vieira e Marcelo Adnet. O Kolmeia foi convidado para uma exibição especial e para analisar o filme.
Felipe Abib é Léo e Georgiana Góes é Marina, o casal que compra a mansão assombrada no Alto da Boa Vista, no Rio de Janeiro, e dá início à trama. É muito por conta dos dois personagens que os primeiros 20 minutos de filme têm dificuldade de dar o tom da produção, que só virá com a chegada de Paulo Vieira no segundo arco. O casal não convence na química, além do mais, o texto e a dinâmica entre eles não são empolgantes. A direção ainda tenta apostar em um pseudo-terror que não consegue assustar.
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Os novos fantasmas
O filme sobe de nível com a chegada mais profunda dos três fantasmas interpretados por Rita von Hunty, Renata Gaspar e Gabriel Godoy. Dudu Azevedo também tem boas cenas, inclusive uma na qual ele cita homens com quem ficou e eu dei uma risada sincera no cinema. Mas o filme muda de patamar com a chegada de Paulo Vieira, que interpreta Jonas, um influencer para assuntos paranormais. Até o fim do filme é ele que carrega a comédia, enquanto Rita von Hunty é quem carrega a parte do dilema moral. Ambos funcionam muito bem e fazem o filme ser emocionante.
“Fervo” não se propõe a nada muito profundo, mesmo que em vários momentos discuta assuntos absolutamente importantes. É bonito, reflexivo e engraçado como um bom filme pra se assistir no domingo com seus familiares e amigos. É o típico “Sessão da Tarde” com um toque de profundidade bem legal.
As participações especiais de Marcelo Adnet e Welder Rodrigues são absolutamente distintas. A de Adnet é protocolar e até mesmo sem graça. A de Welder é a maior risada que dei no filme. É um momento realmente incrível. Tonico Pereira, mesmo com poucas cenas, consegue ser marcante.
“Fervo” é um bom filme pro cinema, mas me parece melhor para assistir em casa, na Star Plus, naquele domingo preguiçoso depois do almoço. Mesmo com uma fotografia lindíssima, não é daquelas experiências que depende da tela grande. É o típico programa pra chamar umas duas ou três pessoas e se divertir sem muito compromisso. Além do mais, a história do filme é consideravelmente melhor do que eu esperava.