No próximo dia 09 de novembro, 4a feira, às 17h, a Galeria Mercedes
Viegas inaugura a exposição “Aparecer/ Desaparecer”, do artista
Everardo Miranda. Com curadoria de Ligia Canongia, serão exibidas 20
obras, dentre desenhos com pigmentos a seco, esculturas, aquarelas e
uma instalação de parede.
Sem fazer uma individual no Rio de Janeiro há 9 anos, Miranda volta a
se apresentar, dessa vez com amostragem variada de todos os suportes e
técnicas de que se utiliza na construção de sua obra potente e
plural nos últimos tempos.
O título da exposição refere-se ao fato de Everardo Miranda criar
espaços ambíguos e fragmentados, onde podem ocorrer a falta de
partes da imagem, o esmaecimento ou a diluição de sua matéria e
cor, ou ainda elementos que parecem afundar (ou, ao contrário,
emergir) no mesmo lugar e instante. Trata-se, assim, de evocar
situações indecisas, em que o observador não acessa a completude da
imagem, que simula estar em trânsito entre o seu brotar no espaço e
seu processo de desaparecimento.
Herdeiro do passado construtivo brasileiro, cujos rastros são
patentes no trabalho desde o início da carreira, nos anos 1970, o
artista, porém, realiza desvios e fraturas nos cânones ortodoxos da
geometria, desvios que se afirmam, ao mesmo tempo, com radicalidade e
sutileza.
O processo de ‘desconstrução’ dos programas geométricos
históricos, que se anunciou no nosso Neoconcretismo, encontra hoje,
em Everardo Miranda, um fervoroso, embora autônomo, seguidor. No
texto de apresentação da mostra, a curadora comenta que “Miranda é
herdeiro, portanto, da grave penetração construtiva no imaginário
do artista brasileiro, mas também de sua crise”.
E para elucidar o que pensa como “espaços em suspensão”, ela
acrescenta: “Diversas experiências pós-modernas mantêm o lastro do
construtivismo histórico, embora já libertas de seus elos
intelectuais e aristocráticos, instaurando o caráter da
instabilidade onde predominava a ordem pura, e reabilitando o debate
entre razão e emoção. É nesse espaço intermediário, em que a
geometria assume deslocamentos e contradições em seus códigos
originais, que se afirma o trabalho de Everardo Miranda. (…) Um
espaço, afinal, que se institui com a segurança clássica de David,
ao mesmo tempo em que pode se esvair nos vapores românticos de
Turner. Lugar, por excelência, do paradoxal”.
Serviço:
Abertura – 09 de novembro, às 17h.
Período em cartaz – de 10 de novembro a 06 de dezembro de 2022.
Horário de visitação – de segunda a sexta, das 12:30 às 18:30h.
Endereço: Galeria Mercedes Viegas – Rua Abreu Fialho, 5 – S | Horto |
Jd. Botânico
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