“Ghostbusters: Apocalipse de Gelo” é o quarto filme da linha do tempo principal da franquia Caça-Fantasmas, iniciada em 1984, e o quinto no total. O longa se passa alguns anos após os eventos do filme anterior, “Ghostbusters: Mais Além”. Callie Spengler (Carrie Coon), seu namorado Gary Grooberson (Paul Rudd) e seus filhos Trevor (Finn Wolfhard) e Phoebe (McKenna Grace) agora moram no quartel general dos Caça-Fantasmas originais em Nova York e usam os equipamentos clássicos para combater entidades sobrenaturais pela cidade.
No entanto, os Caça-Fantasmas enfrentam diversas ameaças. O prefeito de Nova York, Walter Peck (William Atherton), que nunca perdoou os Caça-Fantasmas pela humilhação sofrida nos anos 80, continua tentando fichá-los por motivos ambientais. Como consequência, a jovem Phoebe, ainda menor de idade, fica impedida de participar das caçadas aos fantasmas, o que a distancia de sua família.
Um filme movido à nostalgia
Enquanto isso, o Caça-Fantasmas original Ray Stantz (Dan Aykroyd) compra uma esfera de bronze de um morador local, Nadeem Razmaadi ( ), para sua loja de livros e memorabilia do oculto. Logo ele percebe que a esfera é, na verdade, uma prisão para Garraka, um deus malévolo capaz de controlar fantasmas telepaticamente, baixar a temperatura a níveis absolutos e literalmente matar pessoas de susto. Quando Garraka escapa da esfera, Ray precisa se unir aos novos Caça-Fantasmas – além de alguns rostos familiares – para impedir que ele domine a cidade.
Dirigido por Gil Kenan, “Ghostbusters: Apocalipse de Gelo” tem roteiro de Kenan e Jason Reitman, filho do diretor Ivan Reitman responsável pelo filme original. Infelizmente, o longa acaba sendo um retrocesso em relação ao antecessor. Embora os efeitos especiais sejam impressionantes em alguns momentos, o roteiro parece diluído e excessivamente dependente da nostalgia pelos filmes originais dos anos 80, mais do que a maioria dos filmes desse tipo.
É claro que, assim como qualquer fã dos anos 80, é um prazer rever Aykroyd, Bill Murray, Ernie Hudson, Annie Potts, Geleca, o ECTO-1, o prefeito William Atherton, os bonecos de marshmallow Stay-Puft e o fantasma da Biblioteca Pública de Nova York. No entanto, suas participações aqui parecem mais como participações especiais forçadas do que partes integrantes da trama. Sem elas a narrativa se assemelha a uma história descartável de “caça ao fantasma da semana”.
Faltou coração quente
Diferentemente do filme anterior, que tinha o fantasma de Egon Spengler desempenhando um papel importante no clímax, a este filme falta um peso emocional. Além disso, algumas tramas secundárias parecem ter sido inseridas de maneira grosseira e abandonadas rapidamente. As atuações da maioria do elenco parecem estranhamente contidas, e o humor é irregular. É uma pena, porque adoro esta franquia e esses personagens, e saí deste filme pela primeira vez decepcionado com um filme dos Caça-Fantasmas.
Um dos poucos pontos positivos é a trilha sonora composta pelo maestro ítalo-britânico Dario Marianelli. Ao compor a trilha de “Caça-Fantasmas: Apocalipse de Gelo”, Marianelli se torna o quinto compositor a trabalhar na franquia, seguindo Elmer Bernstein no original de 1984, Randy Edelman em Caça-Fantasmas II, Theodore Shapiro no reboot de 2016 e Rob Simonsen em Caça-Fantasmas: Mais Além. Embora Marianelli possa parecer uma escolha incomum para compor uma comédia de ação sobrenatural – seu forte são dramas e romances mais sérios – ele já mostrou talento em ambientes fantásticos, tendo composto trilhas sonoras de ação excelentes para filmes como “Irmãos Grimm” (2005), “V de Vingança” (2006), “Kubo e as Duas Cordas” (2016) e “Bumblebee” (2018). Além disso, já havia trabalhado com o diretor Kenan no filme de fantasia natalina “Um Menino Chamado Natal” (2021).
Conclusão
“Ghostbusters: Apocalipse de Gelo” é um filme que tenta capitalizar na nostalgia dos fãs da franquia original. No entanto, o roteiro fraco, a falta de humor e a ausência de um peso emocional o tornam um filme decepcionante.
Embora os efeitos visuais sejam impressionantes e as participações dos Caça-Fantasmas originais sejam um deleite para os fãs, o filme não consegue se destacar como uma adição memorável à franquia.
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