O sétimo filme da franquia tem a missão de continuar a qualidade dos anteriores
Há tempos que Hollywood vem revivendo diversos filmes e franquias das décadas de 80 e 90, na esperança de fazer uma boa bilheteria e encantar uma nova geração. Infelizmente, como temos visto, nem sempre isso dá certo, o que gera uma frustração nos fãs e um baita prejuízo na bilheteria. Porém, de tempos em tempos, ocorre uma exceção à regra. Logo, em qual grupo o novo filme de Missão Impossível ficou? Acompanhe a crítica de Acerto de Contas sem spoilers e descubra.
Uma inteligência artificial está no centro da trama de Missão Impossível
Não é novidade para ninguém que tanto a inteligência artificial quanto suas consequências têm tirado o sono de muitas pessoas, empresas e países. Em um mundo cada vez mais conectado e após mais de quatro décadas de informações compartilhadas em dispositivos eletrônicos, internet e dados registrados pelo governo, já há informações suficientes para prejudicar a vida de qualquer um, distorcer fatos históricos e ameaçar sistemas eleitorais.
Como eu prometi no primeiro parágrafo que não daria spoilers, eu paro por aqui, mas já adianto que essa é uma das discussões principais da trama. Justamente esse medo de ser prejudicado. Simultaneamente, a ambição ter todo esse conhecimento faz com que diversos líderes corram atrás da ‘Entidade’, uma IA ( inteligência artificial) que está se espalhando pelo mundo todo, coletando e adulterando diversos bancos de dados.

Roteiro é o ponto alto do longa
Aliás, diga-se passagem, o roteiro, desde as primeiras cenas, já mostra ser o primeiro acerto do filme. Aqui podemos ver o brilhante papel do diretor e roteirista Christopher McQuarrie, que já está na franquia desde o quinto filme e ainda roteirizou Top Gun: Maverick, além de Bruce Geller. Apesar de não ser um tema novo, a forma como o roteiro e a direção trabalharam desde as cenas iniciais faz com que você fique, ao mesmo tempo, desconfortável e curioso sobre como o filme irá seguir, uma vez que essa realidade não é tão distante da nossa. Antes que eu me esqueça, há um vilão central, mas é melhor vocês conhecerem o próprio no cinema.

A missão pode ser impossível, mas as cenas de ação são tão bem executadas que parecem possíveis
O segundo acerto do filme, sem sombra de dúvidas, é a direção. Com um título de Missão Impossível, naturalmente já imaginamos diversas cenas que fogem da realidade. No entanto, embora algumas desafiem os limites de qualquer ser humano, há ótimas cenas de ação bem executadas que não passam aquela ideia de “mentirada sem pé e nem cabeça”. Diante de tanta tensão que o filme planta, faz até sentido tanta gente se arriscando. É muito provável que isso tenha sido reflexo do trabalho de JJ Abrams, que está na produção.

Fotografia de tirar o fôlego e locações bem exploradas
A fotografia adiciona mais uma camada interessante ao longa. O espectador é levado do deserto, aos alpes, passando pelo aeroporto de Dubai, Roma e Veneza. Além das cenas ficarem sensacionais na tela, cada cenário ajuda muito na forma como a história evolui. Um exemplo disso é um tiroteio no meio de uma tempestade de areia ou uma perseguição num dos aeroportos onde a vigilância eletrônica e identificação facial estão presentes num nível absurdo. E claro, precisamos pontuar que as cenas de perseguição pelas ruas de Roma foram são bem executadas. Assim sendo,o espectador fica preso na sequência a fim de admirar a bela paisagem da capital italiana.

Finalmente chegou a parte dessa crítica reservada para falar de Tom Cruise. Quase inacreditável como, mesmo após 27 anos e 7 filmes, o ator continua fazendo com as histórias de Ethan Hunt continuem interessantes de assistir e, como se não bastasse, além de dispensar os dublês, ele ainda é o produtor e principal divulgador da franquia. Diante de franquias cujo os primeiros filmes acabavam sendo melhores que os demais, com a exceção do segundo, todos os filmes superaram seus antecessores. Isso é um reflexo da dedicação de Tom Cruise tanto diante das câmeras, quanto nos bastidores.
Missão Impossível: Acerto de contas Parte 1 – Veredito
Antes de responder a pergunta do primeiro parágrafo, assim como Bono Vox decide lançar os álbuns de U2 quando faz sentido para a banda, Tom Cruise só entra em um novo projeto de Missão Impossível quando a história de fato vale a pena ser contada. Portanto, Missão Impossível: Acerto de Contas se torna uma das poucas franquias, se não a única, que sempre vale a pena ver um novo capítulo e pena que o próximo possivelmente será o último.