Thriller psicológico estrelado por Dylan O’Brien, “Efeito Flashback”, é confuso e caótico
Com uma pitada de loucura, somos questionados se usufruirmos do livre-arbítrio ou não.
O suspense “Efeito Flashback” narra a história de Fred (Dylan O’Brien), homem de 30 anos que possui uma carreira de sucesso, uma parceira carinhosa e uma mãe doente. As coisas começam a mudar quando ele casualmente cruza com alguém que conheceu em sua adolescência. A partir daí, o protagonista começa a ter assustadores flashbacks sobre uma garota de sua escola que desapareceu.
Para resolver esse mistério, Fred entende que é preciso navegar dentro de suas memórias e descobrir o que antes estava escondido. E, para piorar a situação, ele precisa relembrar o tempo em que usava uma droga “mercúrio” fatídica.
Quer saber mais? Nos acompanhe em alguns momentos valiosos que este filme com O’Brien pode lhe proporcionar.
Aproveite para conferir outras notícias no Kolmeia.
O Casal
Dylan O’Brien e Hannah Gross são os propulsores dessa história. O casal, Fred e Karen, estão começando uma nova fase de sua vida, emprego novo, casa nova e, além disso, lidando com a terrível doença que assola a mãe de Fred, o Alzheimer.
Por muitos momentos, a atuação do protagonista deixa a desejar. E, se tratando de um filme onde temos linhas temporais diferentes, é de se esperar que no presente o personagem se porte de uma maneira, no passado de outra, mas essa capacidade de adequação e atuação não são bem definidas por O’Brien.
Contudo, Hannah Gross ainda consegue roubar a cena. Com poucos momentos no filme, a atriz marca presença e nos deixa com um gostinho de quero mais. Talvez, o papel de destaque (a garota desaparecida) deveria ter ficado com Gross, já que ela atua de forma bem mais convincente e atraente.
O passado e o presente
Esse com certeza é o ponto de maestria do filme. A transição entre a juventude de Fred e sua atualidade é construída de forma natural e esplêndida. Muitas vezes, essa mudança temporal é tão tênue que só entendemos o tempo em que estamos pela presença dos coadjuvantes.
Os momentos de flashbacks constroem esses ambientes caóticos e confusos, que intrigam o telespectador a continuar assistindo o longa. Até porque, se pararmos para analisar, a história de “procurar por uma garota desaparecida, que era envolvida com drogas e acaba se envolvendo em uma rede de mistérios” pode ser muito clichê. Porém, como dito anteriormente, esses flashes funcionam como peça essencial para a solução desse desaparecimento e como a droga “mercúrio ”pode abrir portas ou fechar caixões, para sempre.
O Reencontro
Quando Fred se vê transbordado por memórias que antes eram nebulosas, ele não encontra outra solução a não ser buscar por seus amigos antigos e ex-usuários de “mercúrio”.
O elenco de coadjuvantes é bem interessante. E, por incrível que pareça, ao trazerem soluções, os personagens constroem mais problemas, o que leva Fred a se perguntar se seus amigos Sebastian, Emory Cohen, e Andre, Keir Gilchrist, estão escondendo o jogo ou realmente não se lembram como Cindy (Maika Monroe) sumiu.
É assim que o trio se encontra. Depois de 13 anos, somos apresentados à como esse grupo foi formado (Fred, Sebastian, Andre e Cindy) e como o “mercúrio” os juntou e os destruiu.
O poder da escolha
Quando estamos no segundo e terceiro ato do filme, conhecemos um pouco mais sobre a garota desaparecida, Cindy. A verdade é que Fred sempre teve uma quedinha pela menina, o jeito descolado e “nem aí pra nada e ninguém” atraía o garoto.
Estando na hora certa e no lugar certo, Fred conhece Sebastian, que o apresenta a Andre e Cindy. Interessante dizer que o primeiro encontro dos jovens também é marcado pela primeira vez que o protagonista usa “mercúrio”.
Viciada na droga, Cindy explica sua filosofia para o jovem Fred. Ela entende que o “mercúrio” funciona como um artifício para atingir a verdade. Para a jovem, esse era o único mecanismo para sair da prisão em que vivemos e realmente ver como as coisas são.
Cindy nunca diz para Fred que ele deveria usar uma droga, mas afirma que somente a consumindo ele poderia entender o significado do livre-arbítrio e o poder das escolhas.
Quando deixamos de fazer algo, estamos tendo essa atitude por queremos ou por temos para nós que aquilo é errado? Será que aprendemos a nos limitar porque, a nossa volta, convivemos com ignorantes? Será que só podemos viver uma vida? Conhecer um lugar? Olhar para um único céu? Essas são indagações que a menina na verdade entende como escolhas, basta você querer enxergar além do que está na sua frente.
Afinal, vale a pena assistir o filme? O’Brien deixa a desejar
Se você busca um thriller para te deixar com o cabelo em pé, com o cérebro dando nó e com uma cara confusa, esse é o filme ideal.
Apesar de pessoalmente não gostar da atuação de Dylan O’Brien e achar o ator limitado, a forma como o filme é narrado consegue passar um pano para o ator.
Um ótimo filme para o final de semana.
Leia também: https://kolmeia.net/2021/11/03/os-eternos-e-um-filme-voltado-para-critico-de-cinema/