Se Eternos não fosse um filme da Marvel, será que os fãs gostariam de assistir?
Após dez anos da Saga do Infinito, finalmente poderíamos ver literalmente o primeiro time de super heróis. Os Eternos são um grupo de dez imortais que foram enviados à Terra há 7.000 anos por um ser imenso e todo-poderoso – um Celestial, – chamado Arishem. Além disso, foi aquele filme que desde o anúncio da adaptação gerou uma grande expectativa. Mas será que ele segue o padrão Marvel? Acompanhe o texto.
Sem dar muitas voltas, a resposta é não! Eternos não segue a fórmula Marvel de filmes. Assim como Duna ( dirigido por Denis Villeneuve), a obra carrega bastante a personalidade da diretora Chloe Zhao, onde o ritmo acelerado, lutas, explosões são substituídas por uma clima de reflexão, questões sentimentais e filosóficas. Uma vez que estamos lidando com personagens que literalmente acompanham a humanidade desde os primórdios.
Talvez isso comece a explicar o desapontamento de algumas críticas inicias sobre o ritmo do filme. Possivelmente, esse pode ser o primeiro filme que os estúdios Marvel sofram por conta da sua própria fórmula.
Primeiramente, assim como Os Guardiões da Galáxia, em Os Eternos a ligação com as demais histórias do MCU fica a cargo de algumas poucas citações como por exemplo o que eles estavam fazendo enquanto o Thanos apagou metade do universo. Inclusive, há citação com outro super-herói da DC.
E é aqui que começam os acertos e os problemas Eternos. O filme acerta em relacionar os seres “imortais” em alguns estágios da evolução da história da humanidade. Além da complexa missão deixada por Arishem de que eles não poderiam intervir a menos que os humanos fossem atacados pelos Deviantes, seres semelhantes a dinossauros. Isso causa o principal conflito que move a trama.
Outro acerto do filme foi no quesito representatividade começando pelas nas locações, que percorre Europa, Oriente Médio, Ásia e América do Sul. Isso também é refletido no elenco que parece tentar representar as regiões citadas. Também tivemos a inclusão de uma personagem que se comunica apenas por linguagem de sinais e um personagem que vive um relacionamento homoafetivo .
Porém a impressão que fica é que apenas dois personagens tem arcos mais aprofundados na história, que são o Ikaris (Richard Madden), que é muito semelhante ao Superman, e Sersi (Gemma Chan), personagem central do filme, ou pelo menos seu núcleo moral e que ainda não descobriu para que servem suas habilidades de transformar o estado de objetos sólidos.
Por conta do relacionamento entre eles, conseguimos seguir com mais facilidade o andamento do arco de ambos assim como sua construção. Já os demais personagens, basicamente estão no filme, ora para fazer a história andar ou para intensificar o conflito principal da trama. Um exemplo disso é a personagem Thena (Angelina Jolie) que embora tenha algumas cenas de destaque, ainda tinha muito potencial para ser explorado.
Isso resulta numa pouca conexão com os demais integrantes, a ponto de poder fazer sentir em alguns momentos mais falta do Dane Whitman (Kit Harington), atual namorado de Sersi, do que com o destino de alguns personagens.
Portanto, Os Eternos é um convite para um novo caminho para o MCU que tenta aproximar os amantes do cinema para esse universo a muito criticado pelos críticos. Por outro lado, graças as diversas expectativas e teorias geradas pode ser uma decepção para alguns fãs.