Parceria transforma realidades e traz diversidade para telas brasileiras
O Rio2C, um dos maiores eventos de criatividade e inovação da América Latina, foi palco de uma conversa poderosa sobre o futuro do audiovisual brasileiro. Sob o tema “A Força da Juventude nas Narrativas”, a Disney e o Instituto Criar uniram-se a talentos da nova geração para discutir como a colaboração e o investimento em formação estão pavimentando o caminho para um cenário mais diverso e representativo.
Com mediação de Rita Moraes, produtora e sócia da Losbragas, o painel contou com Adriana, responsável pela área de responsabilidade social da Disney no Brasil, a cineasta Jéssica, ex-aluna do Instituto Criar e diretora de produções da Disney, e Roberto Vitorino, gerente de desenvolvimento de conteúdo da Disney. Luciano Huck, fundador do Instituto Criar, também marcou presença através de uma mensagem em vídeo, reforçando o compromisso da instituição.
Diversidade e responsabilidade
No cerne da discussão, a parceria estratégica entre a The Walt Disney Company e o Instituto Criar. Adriana, da Disney, destacou que a empresa não apenas busca diversidade em suas histórias, mas também nos contadores dessas histórias. “Para que as histórias e os personagens sejam diversos, nós temos que ter uma equipe diversa, e essa diversidade não está somente à frente das câmeras, mas também atrás”, afirmou. Iniciativas como o programa “Storytellers” visam capacitar jovens de grupos sub-representados, dando-lhes as ferramentas e o espaço para que suas narrativas floresçam.
A força do Instituto Criar
Luciano Huck, em sua participação, ressaltou a missão do Instituto Criar desde 2003: instrumentalizar jovens de periferias para que contem suas próprias histórias. Com cerca de 3000 veteranos formados, o instituto não só educa, mas também oferece infraestrutura, como a Usina Criar, para que projetos autorais ganhem vida. “É cada vez mais importante aparelhar o Brasil como um todo para que cada um possa contar sua história sob o seu ponto de vista”, disse Huck, celebrando a parceria com a Disney como um catalisador desse processo.
Jéssica: Da Oficina ao Set da Disney, o Poder de Acreditar
A diretora Jéssica, talento revelado pelo Criar, personificou a potência dessa união. Sua trajetória, desde uma oficina despretensiosa de audiovisual até a direção de séries como “Mila no Multiverso” e a vindoura “Passinho” na Disney, emocionou a plateia. “Eu sabia que eu queria trazer a periferia com olhar de dentro, porque sempre foi olhado por pessoas brancas, ricas, olhando pra gente. Falei, não, está na hora da gente falar de si mesmo”, compartilhou Jéssica, que iniciou sua carreira como montadora.
Ela não escondeu os desafios e a pressão, especialmente ao assumir grandes projetos. “Quando você é uma pessoa periférica, negra, e olha uma multidão de gente branca, você sabe que está sendo posta à prova. Seu erro não é só seu”, desabafou, destacando a importância da disciplina e do preparo para quando as oportunidades surgem. Sua experiência em “Passinho”, com uma equipe majoritariamente preta e feminina, incluindo ex-alunos do Criar e pessoas trans, ilustrou como a diversidade enriquece o processo criativo e o resultado final. Um exemplo tocante foi o cuidado com o figurino dos jovens atores da série: “Um dos atores fez a prova e falou: ‘Eu nunca me vi tão bonito’. Porque toda vez que vou fazer alguma coisa, colocam a roupa mais sem graça, porque sou o pobrezinho. E ele conseguiu, ‘estou me sentindo tão bonito’. Para esse ator estar se sentindo bonito, imagina as crianças pretas se vendo e falando: ‘Ah, eu quero essa roupinha!'”
Roberto Vitorino: A Indústria em Movimento e o Faro para o Sucesso
Do lado da indústria, Roberto Vitorino, gerente de desenvolvimento de conteúdo da Disney, trouxe a perspectiva de quem avalia e desenvolve novos projetos. Com uma carreira multifacetada, ele alertou para a rápida transformação do mercado audiovisual. “A maneira como a gente assiste conteúdo muda muito rápido, e o conteúdo também muda muito rápido por causa disso”, pontuou.
Seu conselho para os jovens talentos é manter a curiosidade, estar aberto a diferentes funções e, acima de tudo, buscar a “verdade” em suas histórias. “A diversidade não é só responsabilidade social, é responsabilidade criativa, porque as vozes são diferentes, os pontos de vista são diferentes”, explicou Vitorino, enfatizando que a autenticidade da voz do criador é o que mais o move. Ele também ressaltou a importância de ter salas de roteiro diversas para que as narrativas sejam ricas e fujam de estereótipos.
Autenticidade em primeiro lugar
Durante a conversa, a autenticidade das histórias foi ressaltada como fator essencial. Vitorino pontuou que narrativas verdadeiras e bem construídas têm força duradoura e são fundamentais para criar identificação e representatividade real.
Novos caminhos pela frente
Adriana revelou que novas ações entre Disney e Instituto Criar estão a caminho, ampliando ainda mais o impacto dessa parceria. Jéssica e Roberto reforçaram aos jovens a importância da dedicação, persistência e coragem para alcançar o sucesso.
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