Na próxima quinta-feira, 07, estreia “Thor – Amor e Trovão”, a quarta aventura do vingador asgardiano mais querido de Midgard. Depois de uma virada de chave, por conta do insucesso de “O Mundo Sombrio”, de 2013, a Disney/ Marvel parece que deixou Taika Waititi (“Jojo Rabbit”) fazer o que bem quis de Thor Odinson. E isso beirou o exagero.
Texto escrito por Marcelo Sant’Ana ( @santanamarcelo91)
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Com o sucesso do divertido “Ragnarok” (2017), e depois de se juntar aos Guardiões da Galáxia no final de “Ultimato” (2019), “Amor e Trovão” tinha tudo para ser um filme onde o personagem de Chris Hemsworth retoma o poderio máximo do personagem. Agora em posse de seu Rompe Tormentas, com os dois olhos, e sem o irmão Loki no seu pé (esse está no multiverso com suas variantes). Mas não é o que acontece.
O Drama do filme se extingue ainda nas primeiras cenas
A abertura do filme de entrega suas melhores cenas, justamente com a melhor atuação do filme: Christian Bale (“Ford Vs Ferrari”). Absolutamente comprometido com o personagem, o Gorr de Bale seria a transição perfeita que Thor precisaria, fugindo do humor exacerbado das últimas aparições. Com uma apresentação dramática, ainda que dentro dos limites que os filmes da Marvel obedecem, Bale dá um show.
O desenrolar do filme depois disso, tem outra pegada. Ainda que Thor e os Guardiões produzam cenas excepcionais em ser engraçadas, depois da participação de luxo de Patt e companhia, o humor fica cada vez mais recorrente durante a produção. E não é algo tão debochado e elegante como o feito por Loki (ou seja, o irmão acaba fazendo falta), é uma comédia pastelão. Com direito a cena cômica de Russel Crowe (“Gladiador”) interpretando Zeus (WTF?!).
Temos Jane Foster, Tessa Thompson, e o próprio Taika Waititi, de volta. O diretor também interpreta o Korg, o melhor amigo do filho de Odin. Jane, tem uma trama definitiva, e pelo menos é o que de mais coerente se pode ver no filme, que transita irregular por boa parte dos seus pouco mais de 120 minutos. A Poderosa Thor atende toda a expectativa, apesar da sua transformação na mesma, ser levemente corrida. O seu romance com o Deus do Trovão, acaba não funcionando.
Despedida do Personagem ?
Visualmente, Taika Waititi sempre abusa das cores, fontes e grafias, então o que se pode esperar de “Thor: Amor e Trovão” é isso potencializado ao nível máximo. Tem alguns efeitos visuais questionáveis, mas também tem outros absolutamente incríveis, como da própria Cidade dos Deuses. Mas não se engane ao achar que isso torna o filme mais divertido que “Ragnarok”, pelo contrário. O filme parece ser uma grande alívio cômico para a série de trocas de elenco e personagens que a Marvel orquestra para suas fases futuras.
O que se espera é que não seja a última aventura de Chris como o Deus do Trovão, por que ele merece uma aventura final bem melhor que essa. Em resumo, a trama é uma farofa, e a noção que se tem, é que a fase 4 da Marvel nada caminhou com a produção (sentimento parecido com o de ver “Viúva Negra”), e nem pontas soltas, pensando em todo UCM, conseguiu deixar.
Será que vale a pena investir mais em humor do que em ação em um filme como esse?