Quando no ano de 2019, vimos no cinema o Blockbuster “Vingadores: Ultimato”, que arrecadou quase 3 bilhões de dólares, ficamos completamente impactados com as soluções criativas do filme. “Vingadores: Guerra Infinita” visto um ano antes, nos deixou completamente devastados – Brazil, i’m devastated – era um filme aclamado e tinha nos deixado um ano em espera (é sério, foram 364 dias!). Hoje, talvez encontramos nas soluções para o filme que finalizou a fase 3 da Marvel, resoluções preguiçosas, mas é inegável que filme nos apresentou um grande passo da casa de ideias: o Multiverso.
Mas, Marcelo, que Multiverso é esse ? Pois é. É isso que me traz aqui. Mas vamos voltar um pouco no tempo ? Eu sei que vocês gostam disso… Mas é bem lá atrás, tá? Beleza ? Então segue o polén.
Multiverso: Invenção ou Adaptação?
Áustria, 1952. Erwin Rudolf Josef Alexander Schrödinger. Ele mesmo. Ganhador de um Nobel de física em 1933, foi o primeiro físico teórico que em um palestra, disse que as suas equações, que inclusive lhe deram o famoso prêmio, não eram sobre ter descrito histórias diferentes. Não era nada alternativo, as histórias aconteciam juntas, simultaneamente. Ao mesmo tempo.
Essa, é a primeira referência ao Multiverso que se conhece. E eu só estou dizendo isso, para que vocês saibam que o Multiverso não nasceu nas histórias em quadrinhos. Ele tem um grande embasamento científico.
O Nascimento do Multiverso da Marvel
Algumas pessoas ouviram pela primeira vez falar sobre o Multiverso da Marvel, com o lançamento do terceiro filme do Doutor Estranho, e o seu “Multiverso da Loucura”, em 2022. Precisamos entender que a Marvel tem diversos públicos. Um que só vê os filmes. Outro que só lê as histórias em quadrinhos. Os que preferem acompanhar as séries. E os que veem isso
tudo – admito, não sou esse último.
Mas antes da Marvel ter sucesso na telas de IMAX que projetam a sétima arte, ela teve um trilha cheia de percalços. Primeiro como Timely Comics (fundada assim em 1939), depois como Atlas Comics, e enfim no início da década de 60, como a Marvel, um pouco diferente do que conhecemos hoje, mas já com seu nome que virou sua marca.
O Multiverso na Marvel é um conjunto hipotético de múltiplos universos, incluindo o que vivemos. Em outros, existem versões nossas vivendo uma vida completamente diferente, ou quem sabe apenas levemente distante. São infinitas possibilidades.
Em 1962, já como Marvel, os universos alternativos foram apresentados para o público das HQs. Em detrimento à DC, que o fez de forma pioneira em 1953, com sua Mulher-Maravilha #59. A Marvel fez isso com um personagem chamado Tocha-Humana! Isso mesmo o Chris Evans. Só que de outra realidade, possivelmente. Nessa, ele é o Capitão América. Certo ? Não. É só um trocadilho.
A revista era a Strange Tales #103, e na ocasião, o personagem Johnny Storm viajava até a Quinta Dimensão. Lembrando que era exatamente assim que o Multiverso se chamava à época: universos paralelos. O conceito de “Multiverso” veio só com os quadrinhos de What If…?, já na década de 70. Nesta série de quadrinhos, o intuito era exatamente esse, apresentar histórias de realidades alternativas. Como exemplos de eventos diferentes, está a morte da Tia May, e não do Tio Ben (personagens de Homem-Aranha) e a Feiticeira Escarlate apagando todos os poderes do planeta. “No More Mutants.” – lembra?
Leia também: Artigo | Como começaram as histórias em quadrinhos
As terras alternativas
As histórias sobre esses universos alternativos – agora – Multiverso, não poderiam ser o que são se não fossem as terras alternativas que encontramos nas HQs. São elas que melhor exemplificam como funcionam esses outros universos. A nossa terra – nos quadrinhos – onde se passam tudo que lembro desde o início nas histórias da Marvel são e a Terra-616, também chamamos de Universo Principal. É onde acontecem as histórias mais famosas da Marvel.
Já a Terra-1610, também conhecido como Universo Ultimate, é onde a Marvel criou novas origens para os seus personagens. Ao invés de Vingadores, temos os Supremos. Já o Homem-Aranha é Miles Morales. Isso mesmo. Aquele que você conheceu na animação “Homem- Aranha no Aranhaverso” (2018).
E pra quem gosta de “The Walking Dead”, “Guerra Mundial Z”, “Eu sou a Lenda” e outras produções do gênero, a Marvel atende vocês também: A Terra-2149. Nessa Terra alternativa temos uma realidade completamente dominada por zumbis. Uma doença misteriosa se espalha e causa grandes problemas. E quer uma coincidência melhor ? É uma história criada pelo próprio criador de Rick Grimes e de todo universo distópico da AMC: Robert Kirkman.
Já a Terra-65, torna o Peter Parker vilão dessa realidade. A Mulher-Aranha no caso é Gwen Stacy. E o Lagarto, que nessa realidade é Parker, vive enfrentando a personagem que no universo principal, é o seu par romântico. Esses são só alguns do múltiplos universos que a Marvel tem, e foi a forma criativa e interessante de apresentar mundos diferentes, para um público ávido e exigente.
O Universo Cinematográfico da Marvel
E foi essa dedicação, esse número de fãs, que fez com a Marvel decidisse transportar suas histórias para o cinema. O UCM ou MCU, em inglês, começou em 2008 e com o primeiro “Homem de Ferro”, mas o Multiverso só chegou até os nossos olhos, fora do hábito de leitura, claro, através de “Vingadores: Ultimato”, em 2019, quase 60 anos depois de despontar nos quadrinhos da gigante, que hoje sobre a batuta do genial Kevin Feige, pertence a Disney.
Quer conhecer um pouco mais de como isso chegou às telas e como tem se desenvolvido? Vem comigo na segunda parte desse nossa aventura aqui.
Avante!