Fim da CCXP25. Nesse último dia do evento enquanto eu caminhava rumo ao meu carro, comecei a refletir sobre os dias em que pude cobrir o maior evento de cultura pop do mundo.
Uma das coisas que mais me chamou a atenção, foi a mistura espontânea entre fãs, artistas, criadores e realizadores que compartilham o mesmo espaço, quase sem barreiras entre si.

Quando eu estava na fila para a espetacular ativação de “It: Bem-vindos a Derry” vi a dois metros de distância, Raphael Montes, autor de “Bom dia, Verônica”, “Dias Perfeitos”, “Jantar Secreto” e outros. Ele também estava por ali para curtir a ativação, mero mortal como nós.
É curioso perceber como, em poucos passos, você pode cruzar com alguém que acompanha há anos. justamente porque quase todo mundo está ali para viver a mesma experiência.
É fato que o Raphael Montes estaria no Palco Omelete para um bate-papo minutos depois, no entanto ele, assim como outros, estava extremamente acessível e especialmente receptivo.

Olhando o escritor, esperando a minha vez de entrar, cheguei a conclusão de que a CCXP não separa mundos. Ela faz eles se tocarem.
Um espaço onde encontros acontecem naturalmente
Sorrio sozinho ao lembrar quando o Gustavo Torres, grande amigo também do Kolmeia, disse que o Ricardo Bulgarelli esbarrou nele acidentalmente. Não sei exatamente o porquê, mas o adendo de que o comediante pediu desculpas (ufa!) fez com que eu desse boas risadas.
Mas este não é o ponto. A grande questão é que “esbarrões” como o mencionado, não são tão incomuns. Durante os dias de evento, vi creators que sigo desde 2015 andando tranquilamente, conversando com o público e curtindo como qualquer fã.
O clima estava extremamente propício à interação e essa atmosfera fica ainda mais evidente quando a programação abraça os criadores que moldam a linguagem pop da internet.
Palco Creators & Gamers: quando a internet ganha vida
O Palco Creators & Gamers reforça essa sensação de que o online e o presencial se misturam com naturalidade. O espaço recebe influenciadores, streamers e criadores dos mais variados nichos, que sobem ao palco para quadros divertidos, entrevistas, músicas e interações ao vivo.

Ver esse palco de perto é entender como a CCXP se atualiza junto com o público. Aqui, quem cresce na internet encontra um ambiente seguro e receptivo para dialogar com a comunidade. E quem acompanha esses creators tem a chance de vê-los fora da tela, do jeito mais autêntico possível.
Artists’ Valley: o coração pulsante da CCXP
No entanto, se existe um lugar que materializa de forma plena essa ausência de barreiras, é o Artists’ Valley. Conhecido como o coração da CCXP, o espaço reúne mais de 430 quadrinistas, compondo o maior encontro de profissionais dos quadrinhos do mundo.

O impacto é imediato. Eu me senti frustrado por só ter comprado uma HQ, porque a cada mesa, a vontade era levar pelo menos um exemplar de cada artista. Mas mais do que as artes estupendas, a troca com os artistas era o que se tinha de mais valioso.
Tudo ali reflete a força dos artistas brasileiros que também têm a oportunidade de usufruir da troca com seus respectivos públicos. A CCXP, portanto, se torna a vitrine perfeita para que esses artistas alcancem novas pessoas e se conectem com fãs de forma direta e calorosa.
Quando o público e os criadores pertencem ao mesmo lugar
Hoje, no último dia, enquanto observava as pessoas deixando o pavilhão com artes, livros e experiências guardadas na memória, ficou claro por que a CCXP continua crescendo. Ela se reinventa porque se mantém humana.
Ela se fortalece porque incentiva encontros reais. E ela permanece épica porque faz todo mundo fã, artista, creator ou curioso, se sentir parte da mesma história.
No fim das contas, essa é a magia do festival: aqui, todo mundo pode pertencer. E quando pertencemos, tudo se torna inesquecível.









