Para começar a crítica de “Imaginário – Brinquedo Diabólico“, precisarei que usem um pouco da imaginação. Recentemente, surgiu nas redes sociais um vídeo do ex- apresentador do BBB, Pedro Bial, desqualificando um dos líderes do programa porque o mesmo combinou o final de uma prova de resistência na sorte com outros aliados. Posto esse cenário, de acordo com o trailer de Imaginário, supostamente, seria mais um filme, no qual, um brinquedo colocaria o terror na história. A partir daqui vamos analisar a história e ver se a afirmação é real ou apenas fruto da nossa imaginação.
Imaginem, meus caros, um filme de terror que faz jus ao seu nome. Imaginem sustos que te fazem pular da poltrona, arrepios que percorrem a espinha e uma trama que te prende do início ao fim. Pois bem, Imaginário – Brinquedo Diabólico não é esse filme.
A Blumhouse, produtora de Imaginário, que nos brindou com pérolas como Corra! , Uma Noite de Crime, Sobrenatural, A Entidade e Atividade Paranormal. Ainda coloco na lista o filme M3Gan, que mesmo não sendo O filme de terror, ao menos trouxe uma história levemente criativa e conectada com medos atuais de Inteligência Artificial e máquinas auto conscientes. Dessa vez erra o alvo, feio!
A história é um déjà vu de clichês: a protagonista, Jessica (interpretada por DeWanda Wise) se muda para uma casa nova com a família e logo se depara com um boneco diabólico. Preparem-se para sustos previsíveis, personagens sem carisma e uma narrativa que se arrasta como um fantasma entediado. Como se não bastasse, somos apresentados àquele típico núcleo de família americana com problemas, onde a Jessica está tentando se colocar na família, mostrando a vulnerabilidade de alguns personagens e aquela velha dinâmica de um casal de irmãos do qual um irmão é mais próximo da personagem principal e o outro mais distante.
Mesmo com as sirenes de alerta soando desde cedo – atuações questionáveis e diálogos que beiram o risível – “Imaginário – Brinquedo Diabólico” tenta continuar fingindo que o espectador não percebeu que o enredo já foi usado em algum lugar antes. Afinal, o roteiro, meus amigos, é um verdadeiro Frankenstein de ideias recicladas, como o thriller “O Amigo Oculto” (2005), estrelado por Robert De Niro, além de ecos de “Poltergeist” e “M3gan“,misturem tudo e o resultado será algo semelhante ao que encontramos em Imaginário. No entanto, nada que você já não tenha visto em Annabelle, por exemplo.
Com isso, após citar tantos filmes de terror contemporâneos, a história de “Imaginário – Brinquedo Diabólico” se assemelha a um grande copia e cola de vários deles, em vez de um roteiro completamente estruturado e pensado. Uma trama inconsistente, com furos do tamanho do MorumBIS, que te deixa mais confuso do que aterrorizado, e até o passatempo de duas estrelas, de tentar identificar qual filme foi copiado, se desintegra em uma estrela por apresentar um ritmo lento até o penúltimo ato.
Mas quando chega o último ato, momento em que você já desistiu de se assustar e só está tentando lembrar os títulos dos filmes dos quais você já viu a cena A, B, C e D, aquilo que era apenas uma poça de falta de criatividade se torna uma inundação repentina. Além do ritmo acelerado para a resolução do mistério, há uma série de acontecimentos ridiculamente incoerentes e vários pontos de interrogações – como eles fizeram, como ela pôde, o que foi isso – uma esculhambação em forma de enredo cuja a finalização se desenrola tão rápido dando a impressão que a conclusão foi escrita no caminho do escritório.
Aliás, até tem uma cena próxima do fim que poderia ter impressionado, infelizmente há um filme chamado “Quarto 1408” que apresenta o mesmo ato, só que é executado de uma forma tão desleixada que fará você pedir reembolso. Jeff Wadlow e seus co-escritores Greg Erb e Jason Oremland precisam sentar e conversar sobre qual o sentido de produzir algo tão descarado. É apressado, incoerente e decepcionante, como um jogador de futebol que faz embaixadinhas enquanto o time perde de goleada.
Quando você pensa que a tortura terminou, há uma possibilidade de continuação, no entanto, espero que tenha sido apenas a minha imaginação. Para concluir, citei o vídeo do Pedro Bial, pois ele exemplifica bem as próximas frases, “Imaginário – Boneco Diabólico” seria desclassificado como filme de terror, porque ele não assusta, não diverte e te faz perder tempo. Fujam dele como o diabo foge da cruz!