O trap guarulhense acaba de ganhar mais um capítulo com o lançamento de “Bounce”, novo single de JovemFlip, que chega como o primeiro passo de uma fase renovada do artista. A faixa representa uma virada na sonoridade e na postura criativa do cantor de 24 anos, que vem lapidando uma identidade mais madura e autêntica dentro do gênero.

A palavra “bounce”, traduzida como “balanço”, reflete a proposta sonora da música: um som envolvente e cheio de ritmo. Inspirado por suas vivências de rua e pela liberdade do freestyle, Flip transforma o cotidiano em narrativa musical, explorando uma cadência que transmite movimento. É uma faixa que traduz o espírito de quem experimenta sem medo e encontra na própria história o combustível da criação.
Essa “repaginada”, como o próprio autor trata a faixa, vem sendo construída de forma consistente, impulsionada por uma nova gestão artística e por um processo de autoconhecimento criativo.
“Bounce” é o primeiro de uma série de lançamentos previstos até o fim do ano, e cada um deve aprofundar essa nova estética que o trapper vem desenvolvendo. O objetivo é mostrar ao público uma evolução que soa natural, orgânica — e principalmente fiel ao que ele é hoje.
Influência da cidade e referências musicais
Entre as referências que moldam sua trajetória, aparecem nomes que vão além do trap e mostram a amplitude de seu repertório: Charlie Brown Jr., Martin Garrix e Ponto de Equilíbrio. Essa mistura de influências reflete a pluralidade de um artista que transita entre a energia das ruas e a consciência lírica das bandas nacionais que marcaram gerações.

Guarulhos, berço de nomes importantes do trap, também tem papel central nessa construção. Flip vê na cidade um ecossistema de parceria e proximidade:
Acho que Guarulhos é um berço tão fértil porque os artistas daqui são muito próximos. A gente troca muita ideia, aprende junto, se ajuda, e isso torna o ambiente leve e criativo. Guarulhos tem total influência no meu som e na minha trajetória — pela vivência de rua, pelos parceiros, pelas histórias. Essa cidade sempre vai ser um berço pra mim, um professor.
Mas se há vibração e crescimento na cena, há também desafios. O artista reconhece as barreiras enfrentadas por quem vem da quebrada e decide trilhar o caminho independente.
O artista de quebrada convive todos os dias com a frustração, o cansaço e o desânimo — às vezes até no olhar da mãe, do pai ou depois de um dia longo de trampo. Meu conselho pra essa rapaziada é: busquem conhecimento pra aprimorar a arte de vocês. Estejam presentes em lugares que tragam perspectiva de trabalho. Vai num show de um artista que você admira, observe o comportamento dele, tente fazer networking com quem trabalha no backstage — isso te dá um repertório incrível. E o mais importante: se afaste de quem não acredita em você ou só te critica sem trazer solução. E, claro — o clichê que faz toda diferença — jamais desista!
Com “Bounce”, JovemFlip reafirma o papel de Guarulhos como um dos polos criativos mais vibrantes da Grande São Paulo e posiciona seu nome entre os artistas que buscam dar novos contornos ao trap brasileiro — mais autêntico, mais consciente e, acima de tudo, mais fiel às ruas que o inspiraram.
Escute “Bounce” de JovemFlip abaixo: