When this Begin… Como começou a estratégia de trazer o Linkin Park de volta
O rock foi ressuscitado no dia 15 de novembro no Allianz Parque, pelo Linkin Park! Essa foi a frase que digitei no último story enquanto fogos de artifício iluminavam o céu, marcando o retorno triunfal da banda ao Brasil, no mesmo dia do lançamento do novo álbum From Zero. Mas, embora parecesse que tudo aconteceu do nada, uma análise mais atenta revela que foi uma estratégia cuidadosamente desenhada por Mike Shinoda há quase um ano. Para entender melhor, vamos voltar para o ano de 2023.
Ué, cadê o rock?
No 3° ano, da 2° década do segundo milênio, a 1° pergunta entre os fãs de rock era: cadê o rock nas rádios, filmes e séries.O gênero, que já havia movido legiões de fãs e quebrado recordes nas paradas de sucesso, parecia cada vez mais distante do mainstream. Em 2023, o rock era frequentemente associado à música que pais e mães escutam.
Especialistas apontaram que o gênero não acompanhou as mudanças sociais dos últimos 20 anos, algo que o pop fez com maestria. Outros disseram que o rock estava preso aos seus “anos dourados”, com poucas bandas lançando músicas novas.
De Lost a Fighting Myself, o primeiro ato da estratégia de Mike Shinoda
Foi nesse cenário que Mike Shinoda fez seu primeiro movimento: no dia 10 de fevereiro, o single Lost foi lançado. Para a surpresa de todos, a música trazia as vozes de Chester Bennington, o icônico vocalista que faleceu em 2017. Mike revelou que Lost ficou de fora do álbum Meteora original porque era muito parecida com o hit Numb.Mas o golpe de mestre veio em 7 de abril, com o lançamento de Fighting Myself, outra música com os vocais de Chester e a energia visceral do Meteora. Para você ter uma ideia, ambas as músicas alcançaram o topo do Billboard Rock Chart, e Fighting Myself chegou à 81ª posição no Hot 100 da Billboard. Linkin Park estava no mainstream novamente!
A convocação dos fãs do Linkin Park e os desafios do mercado do entrenimento
Os fãs logo começaram a convocar o retorno da banda, e claro, o clássico “Come to Brazil” inundou os comentários nas redes sociais. Nesse período, muitos shows estavam sendo cancelados por falta de vendas, e até festivais enfrentavam dificuldades para atrair público. Em outras palavras, o boom pós-pandemia tinha passado, e as pessoas só saíam de casa para algo realmente especial, como uma banda que marcou sua adolescência, mas que nunca tiveram a chance de ver ao vivo.O mercado queria encher estádios, o rock precisava voltar a ser relevante, e os fãs clamavam pelo retorno. O desafio era:
Como o Linkin Park poderia voltar? A pressão dos fãs e a resposta de Mike
Antes de prosseguir para a parte 2, vale lembrar que, após o aclamado Meteora, todos os álbuns seguintes da banda dividiram os fãs. Muitos queriam um Meteora 2.0 e criticavam as mudanças. No álbum A Thousand Suns, Mike Shinoda abordou essa pressão na letra de When They Come for Me:
“Everybody wants the next thing to be just like the first”.
(“Todos querem que a próxima coisa seja como a primeira”).
Como o texto ficou grande, no próximo texto vocês irão acompanhar todos os atos que ocorrem já no ano de 2024 que resultaram naquele show espetacular que descrevi na primeira linha desse texto. Pronto, a segunda parte já está disponível.