O Kolmeia apresenta o Dia Internacional da Mulher na literatura trazendo livros para refletir a data
É de conhecimento geral que 08 de março “comemora-se” o Dia Internacional da Mulher. Mas não é um dia de comemorações nem de romantismo. É um dia de reflexão e de luta. Pensando nisso, o Kolmeia traz hoje um breve resumo da História deste dia. E, claro, alguns livros de mulheres forte para você conhecer.
Num país como o Brasil, onde o feminicídio é alto, pautas como estas são importantes. Com elas, conseguimos refletir sobre as nossas lutas e conquistas. E, principalmente, conscientizar nossas jovens leitoras.
DADOS DO FEMINICÍDIO NO BRASIL
Na segunda (8/03), por ser o Dia Internacional da Mulher, saíram algumas reportagens sobre o feminicídio no Brasil. Segundo matéria publicada pela Folha de S. Paulo, há uma imprecisão nos dados sobre a morte de mulheres.
“Só no Ceará, o governo estadual registrou 27 casos em 2020, mas monitoramento da Rede de Observatórios da Segurança aponta que seriam pelo menos 47.” Ou seja, é muito mais preocupante do que se pensa.
E para entender um pouco mais sobre o assunto, a “Rede de Observatórios da Segurança” lançou um relatório com os dados do feminicídio. O levantamento teve como objetivo, segundo o próprio livro, “dar luz ao processo machista que continua vitimizando mulheres, seja por agressões, ou por feminicídios, transfeminicídios e lesbocídios”.
“A morte de mulheres pela condição de serem mulheres também é estrutural, assim como o racismo.”
O livro “A dor e a luta das mulheres: números do feminicídio” é pequeno. Cheio de imagens e artes que ajuda a despertar o interesse do leitor (e chamar atenção para o tema), ele está disponível de graça em pdf através deste link .
UM POUCO DA HISTÓRIA DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Não adianta falar do assunto, sem entender a História da luta das mulheres por mais respeito e igualdade. E a importância da História entra nesta parte. A grande diferença desta data para outras, é que ela não foi criada pelo comércio. Como dito antes, suas raízes são históricas. Claro que com o passar do tempo, o comércio se beneficiou.
O 8 de março foi oficializado como Dia Internacional da Mulher pela ONU em 1975. Mas ela está ligada às lutas do início do século XX. E eu diria que, de forma geral, até mesmo de antes do século XX, quando as mulheres tinham que sobreviver, por exemplo, às fogueiras.
No Brasil, a data está muito associada ao incêndio ocorrido em Nova York em 1911, na Triangle Shirtwaist Company. Neste episódio, 125 mulheres morreram e trouxe à tona as condições de trabalho nas fábricas na Revolução Industrial.
Mas em se tratando de História, há registros mais antigos de manifestações por direitos iguais. Em fevereiro de 1909 houve uma manifestação, também em Nova York, com cerca de 15 mil mulheres. Elas reivindicavam melhores condições de trabalho. Em 1910 também houve manifestações na Europa. Em 1917, em plena Segunda Guerra Mundial, mulheres russas saíram às ruas protestando contra a fome.
LIVROS E HQS PARA PENSAR O DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Todos estes fatos (e muitos outros) deram origem ao Dia Internacional da Mulher. E para quem quer entender um pouco mais sobre estes movimentos, o quadrinho “Mulheres na luta: 150 anos em busca de liberdade, igualdade e sororidade”, de Marta Breen e Jenny Jordahl.
O livro, lançado pela “Seguinte” é para todas as idades. Ele aborda de forma lúdica, a luta das mulheres por direitos e igualdade, passando por fatos que foram mencionados nesta matéria. E trazendo uma reflexão para os leitores. Ainda desperta no leitor a vontade de estudar ainda mais sobre as personagens da HQ, já que o livro apresenta de forma breve.
Aproveitando a deixa sobre o voto feminino do quadrinho acima, na Amazon há o livro “O Voto Feminino no Brasil” de Teresa Cristina de Novaes Marques. A autora conta de forma acessível sobre o processo de voto das mulheres no Brasil. O livro traz figuras como Bertha Lutz e Josefina Álvares de Azevedo na luta a favor do voto e algumas curiosidades.
E sabe o melhor? O livro pode ser baixado na Amazon gratuitamente.
Livro ótimo para as meninas é a hq “As Cientistas: 50 Mulheres que Mudaram o Mundo” de Rachel Ignotofsky. Ele é um livro recheado de ilustrações lindas. E apresenta pequenas biografias de cientistas mulheres. É importante mostrar às crianças e jovens que nós podemos ser o que quisermos. Até mesmo nas profissões consideradas masculinas.
BÔNUS
Sei que a matéria é sobre livros e hqs. Porém, gostaria de deixar uma dica de série. “The Astronaut Wives Club” mostra a vida das esposas dos primeiros astronautas. Elas abrem mão de suas próprias vidas em prol da carreira dos maridos.
Mas se engana que a série mostra somente um clube de Luluzinhas. É interessante ver como era a vida americana nos anos 1960. Como as mulheres eram julgadas e tratadas. E o quanto elas tiveram que enfrentar para que hoje fosse diferente.
Infelizmente a série foi finalizada. Mas vale muito a pena assistir.
Então é isso. Espero que esta matéria ajude a refletir e traga bons momentos de leitura. E que nós, mulheres, tenhamos forças para continuar na luta pela igualdade.
Boa leitura.
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