O Kolmeia está em aquecimento para lançar um baita especial de Halloween e resolvi compartilhar um pouco da minha obsessão com essa data tão famosa.
Tudo começa com a figura do Jack Esqueleto e sua aventura para transformar o Halloween numa noite de Natal, duas das minhas datas comemorativas favoritas — mesmo que uma delas sequer seja comemorada de verdade no Brasil. A questão é que toda aquela estética gótica, personagens remendados e desconexos me deixou fascinada quando eu ainda era só uma garotinha.
Coincidência ou não, o filme O Estranho Mundo de Jack saiu no mesmo ano do meu nascimento (1993) e do lançamento de outro dos meus filmes de Halloween favorito: Abracadabra. Inclusive, podemos dizer que não seria nenhuma surpresa compartilhar que meu ritual anual de dia das bruxas envolve maratonar ambos os filmes, né? Estes foram dois dos principais responsáveis por me transformar numa pequena jovem mística, mas não apenas. Saber da verdadeira história por trás do 31 de outubro me deixou ainda mais fascinada com a data ao longo da minha vida.
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O que me fascina no Halloween?
É óbvio que muito do que a gente gosta na data vem de uma explosão de conteúdo dedicado à temática como filmes, episódios especiais de seriados e desenhos animados. Mas há algo muito mais interessante do que a superfície abordada pelas obras que acabam retratando muito mais a forma como o povo estadunidense vive o dia das bruxas. A verdadeira história começa muito antes de sequer os Estados Unidos pensar em existir.
Vamos para Eire (nome original em gaélico da região que hoje conhecemos como Irlanda), num período que remonta aí em mais ou menos uns 3 mil anos atrás… O povo celta, conhecido por possuir uma crença politeísta, comemorava anualmente os três dias de Samhain, a principal festividade do calendário que marcava a passagem entre o equinócio de outono e o solstício de inverno. Ou em outras palavras, era simplesmente o início do Ano Novo Celta.
Este era um festival que marcava a preparação para o inverno, com foco na colheita e homenagem a seus mortos. Samhain, afinal, significa “sem luz” em gaélico. A tradição celta acredita na morte do Deus Sol que volta a ser um embrião no útero da Deusa Mãe, uma deusa tríplice — o que significa que ela se apresenta em três formas: a Donzela, a Mãe e a Anciã.
Além de celebrar a última colheita antes do rigoroso inverno que se aproximava, o festival também homenageava os mortos ao redor de uma grande fogueira. Acreditava-se que durante o Samhain, o mundo sobrenatural se mesclava ao mundo real e os espíritos festejavam junto do povo celta.
É claro que uma festa tão bonita acabou sendo mal interpretada pelos ideiais cristãos ali na altura do século VIII, quando o Papa Gregório mudou a data do Dia de Todos os Santos (que acontecia no dia 13 de maio) para o dia 1º de novembro — a data do Samhain. O nome Halloween, inclusive, é uma contração da expressão All Hallow’s Eve, que significa nada mais nada menos que véspera do Dia de Todos os Santos.
Costumes e tradições fundidos, mas não esquecidos
No fim, muitas das tradições celtas se perderam ou acabaram se misturando com os costumes cristãos para dar origem a data como conhecemos hoje. Longe de sua origem mística, o Halloween acabou se tornando uma festa como qualquer outra, mas o dia 31 de outubro ainda guarda alguns de seus costumes mais antigos.
As lanternas e fogueiras eram formas de conduzir os mortos, enquanto as famosas abóboras foram uma adaptação americana para o costume irlandês de esculpir nabos com expressões macabras à fim de afastar maus espíritos durante as práticas celtas do Sahmain. Os celtas acreditavam que os espíritos andavam entre eles na festividade, então usavam máscaras para não serem reconhecidos e isso acabou virando as fantasias que conhecemos hoje.
Inspirados pela festividade, o Kolmeia lançará na próxima terça-feira, 31 de outubro, um Noite de Terror especial com a participação de vários dos integrantes da nossa equipe. E enquanto ainda não começamos nossos rituais invocatórios para o vídeo, não deixe de conferir o último programa incrível produzido pelo Wellington Belarmino no nosso YouTube. Um excelente dia das bruxas a todes! 🎃