Luca Guadagnino sabe como ninguém explorar a sensualidade no cinema, e seu mais recente filme, “Rivais” (Challengers), coestrelado por Zendaya, Josh O’Connor e Mike Faist, não é exceção. Esta produção é um drama deliciosamente afiado e divertido, beirando o indecente em sua exuberância sensual.
Guadagnino já nos presenteou com retratos luxuriantes de desejos proibidos em filmes como “Eu Sou o Amor” e “Me Chame Pelo Seu Nome”. Agora, ele leva essa abordagem a um novo nível com “Rivais”, um filme tão absurdamente sexy que chega a ser quase trashy em alguns momentos, mas tão divertido que isso se torna uma qualidade.
Zendaya Brilha como Tashi
No centro da história está Zendaya, nunca tão cativante. Ela interpreta Tashi, uma ex-prodígio do tênis que agora treina seu marido, Art (Mike Faist), um campeão de Grand Slam que enfrenta uma crise de confiança. A atuação de Faist canaliza uma combinação espinhosa de arrogância e carência, criando uma dinâmica complexa com Tashi. A relação entre os dois é marcada pelo poder e pela tensão, com Tashi sempre em vantagem. “Eu te amo”, diz Art, quase implorando. “Eu sei”, ela responde, indiferente.
Decidida a reverter a má fase do marido, Tashi o inscreve em um torneio regional de menor expressão, o Challenger de 2019 em Phil’s Tire Town, New Rochelle, Nova York. A escolha parece segura, até que eles encontram Patrick Zweig (Josh O’Connor), um ex-jogador promissor e ex-namorado de Tashi, que também era o melhor amigo de Art. O’Connor interpreta Patrick com um charme diabólico, tornando-o um adversário perigoso não só na quadra, mas também no jogo psicológico.
O roteiro ágil de Justin Kuritzkes, marido da diretora Celine Song (cujo filme “Past Lives” também aborda um triângulo amoroso), alterna habilmente entre diferentes períodos. Retrocedendo 13 anos, conhecemos os personagens ainda adolescentes, prometendo grandes carreiras no tênis. A jovem Tashi é uma presença dominante, uma predadora no esporte que captura a atenção dos rapazes de maneira irresistível.
A Trilha Sonora Intensa
A música desempenha um papel crucial ao longo do filme. Com a trilha sonora pulsante de Trent Reznor e Atticus Ross, os momentos de tensão são intensificados, tanto nas quadras quanto fora delas. As escolhas musicais são assertivas e agressivas, refletindo os grandes egos e as manipulações dos personagens principais. A câmera, envolvida no conflito crescente entre os três, até assume a perspectiva da bola em uma partida climática, borrando a linha entre o confronto esportivo e a rivalidade romântica.
A comparação entre sexo e tênis é explorada ao máximo: ambos são apresentados como confrontos ferozes, onde sempre há um vencedor e um perdedor. As cenas de sexo são como os jogos de tênis – intensas e competitivas, um verdadeiro jogo de poder e desejo.
Conclusão
“Rivais” é, sem dúvida, um filme ousado e extravagante. Com performances brilhantes e uma direção que exala sensualidade, Luca Guadagnino entrega um drama esportivo que é tanto sobre o jogo nas quadras quanto sobre os jogos do coração. É um filme que desafia convenções e celebra a complexidade das relações humanas, tudo isso com uma camada espessa de erotismo.
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