Na semana do Halloween, “A Família Addams 2: Pé na Estrada” teve sua estreia. Dessa vez a história da família mais assustadora do cinema tem Wandinha como destaque. A saber, a trama mostra uma maluca viagem dos Addams por todo Estados Unidos. E, ao longo do caminho, encontram amigos e aprontam as macabras e peculiares confusões que gostamos de ver.
Wandinha não Addams
A história de A Família Addams 2: Pé na Estrada começa na feira de ciências do colégio da Wandinha. Com inteligência visivelmente superior às crianças de sua idade, ela apresenta um experimento que chama atenção do patrocinador. Entretanto, o resultado da feira não é exatamente o que a primogênita de Mortícia e Gomez esperava. E, para piorar, a família ainda destrói tudo na feira. Isso deixa Wandinha bastante triste. Além da tristeza, ela é tomada por um sentimento de não-pertencimento, uma vez que sua família não a compreende bem. Porém, vale lembrar que, embora se trate de uma família estranha, os Addams tem características comuns a todas as famílias. Wandinha, por exemplo, está entrando na adolescência e tem as crises pertinentes à sua faixa etária.
Por conta da tristeza da filha e do medo de perdê-la nas crises da puberdade, Gomez decide fazer uma viagem em família. De fato, o personagem é um marido carinhoso e um pai exemplar que tem na família seu maior tesouro. E a viagem tem o intuito de fazer com que Wandinha volte a se sentir uma Addams. Mas o questionamento sobre a menina ser ou não uma Addams extrapola o campo dos sentimentos. Isso porque, para desespero de Gomez, um advogado surge afirmando que ela foi trocada na maternidade. Isso faz com que fique ainda mais confusa e busque seu próprio caminho.
Agora sim: pé na estrada
É nesse contexto que a família sai em viagem, deixando a casa sob cuidados da Vovó. E o caminho é cheio de acontecimentos esperados ou não. Inclusive, uma das cenas mais surpreendentes fica por conta do mordomo Tropeço. E entre os momentos aguardados, a sempre icônica aparição do divo peludo Primo It. Feioso e Tio Chico completam o time que põe o pé na estrada. Enquanto Wandinha insiste em tentar eliminar o irmão, o Tio destrambelhado Chico, por sua vez, ainda está sob efeitos da experiência realizada pela sobrinha.
O enredo do filme nos proporciona, ainda, um vilão ambicioso e perseguições hilariantes ao longo do caminho. Gang de motoqueiros, trogloditas, cientista maluco e muitas referências são outros elementos que nos acompanharão nessa viagem.
Referências e Easter Eggs
Hoje, a cultura pop é muito consciente sobre seu valor. Portanto, é comum nas obras hoje, a presença de referências e a outras produções estaer eggs. Em se tratando de um filme antigo e altamente popular, a auto referência também costuma aparecer. O comportamento de Gomez, por exemplo, remete à série de 1964. Mas há outras referências interessantes e divertidas na trama.
Logo no começo do filme, Wandinha faz referência a Scar ao citar uma fala do vilão da Disney. “Eu estou cercado de idiotas”. Essa fala é tão clássica que tem um vídeo no Youtube só para ela. Também há uma cena que remete à Carrie, a Estranha. Até mesmo a realidade é referenciada na trama. Como, por exemplo, quando Mortícia diz a Feioso que ele está comprando muito na Amazon, remetendo à compra da Metro-Goldwyn-Mayer pela gigante americana. Em outra cena, Gomez pede a It para mandar uma abraço para Billie Eilish. Nem mesmo a pandemia ficou de fora, pois, em uma cena, Wandinha afirma ser adepta ao distanciamento social desde que nasceu e, em outra, mãozinha toma banho de álcool gel.
Afinal, vale à pena assistir A Família Adamms 2?
Vale, sim! É um filme divertido, combina com a semana do Halloween sem ser pesado ou traumatizante. Entretém as crianças, mas também diverte os adultos que pegarão as referências. Além disso, tem o mérito de enaltecer o amor entre família e a busca pela própria identidade. É um filme com suas limitações e não tem grandes plots difíceis de deduzir. Por outro lado, é um entretenimento leve e gostoso de assistir em família.
“A Família Addams 2: Pé na Estrada” tem direção de Greg Tiernan e Conrad Vernon, com roteiro de Dan Hernandez, Benji Samit, Ben Queen e Susanna Fogel
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