Era só para não ler legenda?
Em 2022, foi lançado o filme dinamarquês/holandês intitulado “Speak No Evil” (Não Fale o Mal), que conquistou boa repercussão mundial ao apresentar uma trama consistente e intrigante. No entanto, apenas dois anos depois, nos deparamos com um remake americano contando a mesma história, com pequenas modificações. Isso nos leva a questionar: qual a necessidade desse remake?
A resposta reside, em grande parte, nos costumes e hábitos de consumo cinematográfico nos Estados Unidos. A indústria cinematográfica americana é conhecida por suas produções em massa, e o público em geral não tem o hábito de assistir a filmes legendados. Portanto, do ponto de vista de mercado, faz sentido criar um remake com rostos familiares e na língua inglesa.
Choque de cultura
Ambas as versões exploram o embate cultural como premissa central. No filme original, acompanhamos o conflito entre uma família dinamarquesa e uma holandesa. Já no remake americano, o choque cultural ocorre entre ingleses e americanos. O longa utiliza arquétipos psicológicos para criar uma narrativa de horror, colocando em cena a polidez e civilidade dinamarquesas se chocando com os holandeses, que desafiam normas sociais. Essa tensão é ampliada, gerando desconforto e reflexão. A versão dinamarquesa enfatiza ainda mais essas diferenças culturais.
Horror de situação
O cerne da história está nas situações desconfortáveis. O filme explora os limites da cortesia social e a vulnerabilidade das interações humanas. Esse embate de ideias é temperado com um certo grau de violência, e nesse aspecto, a versão de 2022 se destaca, apresentando um resultado impactante na tela. As atuações dos atores estão em sintonia com a direção, contribuindo para a construção dessa tensão.
Minha Preferência: O Original
No subtítulo deste texto, levantei a questão sobre a necessidade do remake. Na minha opinião, o original já é uma execução muito competente. A carga histórica e cultural envolvendo dinamarqueses e holandeses me parece mais interessante. A versão de 2024 poderia ter explorado outros tipos de choque, mas ao optar por contar exatamente a mesma história, inevitavelmente convidamos comparações. Além disso, é sempre enriquecedor conhecer mais sobre a cinematografia de diferentes países. Portanto, minha recomendação é assistir à versão de “Speak No Evil” lançada em 2022.
Assista abaixo o nosso programa Noite de Terror com analise do filme.
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