O retorno de “Andor”, série protagonizada por Diego Luna e grande elenco, tem mexido com a estrutura dos fãs da franquia Star Wars. Acostumados da tramas que sempre ligam os personagens à Força, com sabres de luz e muitos tiros de blaster, na sua segunda e última temporada, “Andor” tem desafiado a mente dos fãs mais céticos da série, construindo personagens inteligentes, elegantes e completamente pertinentes.

O sucesso tem um ótimo nome: Tony Gilroy
Ao contrário do que vimos em “Skeleton Crew” e “The Acolyte”, a série tem uma profundidade gigantesca e palpável. Sem se perder pela força ou construir a mesma dinâmica entre Jedi e Sith. O Império esta ali. Vader, Palpatine, Luke, Leia, Han… e tantos outros, mas eles não precisam ser vistos ou mencionados. A Galáxia onde Star Wars é ambientada, é muito maior do que os takes do espaço que vimos nos filmes da saga.

Tony Gilroy, criador da série, já tinha se provado em “Rogue One – Uma História Star Wars”, ele foi roteirista ao lado de Gareth Edwards e Chris Weitz, com uma trama que corria contra a corrente, muito do que foi tentando dois anos depois com “Han Solo”, sem o mesmo sucesso (a não ser pelo Lando de Donald Glover).
E Gilroy, pegou “Andor” e disse à sua plateia que há muito mais do que a força para se inspirar em uma série sobre Star Wars. E isso está no próprio nome de toda franquia: Wars. Guerras.
Leia também: The Acolyte | Série é cancelada pela Lucasfilm após uma temporada
Tramas e elenco afinados
E ele nos premia com guerras o tempo inteiro na segunda temporada de “Andor”. Sejam elas contra o Império, contra os Rebeldes, mas a maior parte delas é a guerra psicológica, que é sobreviver sem confiar em ninguém; sentimental, quando você se propõe a algo por conta de alguém. Ou paralela, quando estão todos juntos por uma mesma causa, mas não no mesmo caminho para esse objetivo. E isso gera ainda mais questionamentos.
O personagem de Luna, quase desaparece no mar de talento que se encontra na tela. Todos deixando suas marcas definitivas em Star Wars, com diálogos muitas vezes, feitos no olhar. Destaque para Denise Gough como Dedra Meero e Adria Arjona como Bix Caleen. Stellan Skarsgård e Elizabeth Dulau, como Luthen Rael e Kleya Marki engolem boa parte da primeira parte da temporada, que ainda tem o charme de Genevieve O’Reilly, novamente vivendo uma vulnerável, porém decidida Senadora Mon Mothma.

Temporada traz de volta Forest Whitaker
Depois de 3 bons episódios, os três últimos (totalizando 6, a metade da temporada), da última semana, escancaram a eminência da série e colocam lados da Rebelião frente a frente, cada um à sua maneira quanto o império do Imperador Palpatine. Forest Whitaker retorna com seu Saw Gerrera, ainda mais desafiador, pouco antes da sua batalha final em “Rogue One”. Personagem de múltiplas camadas, defendido com mestria pelo ator.
Mais 6 episódios para o fim da série
Hoje, 06, estreiam mais 3 episódios no Disney+ que devem preparar o terreno para os embates finais da próxima semana. Devemos estar preparados para múltiplas perdas, já a partir dessa semana, nos levando a entender que está chegando ao fim, a maior série live action do Universo Star Wars. Tomara que Tony Gilroy (que pensa em um filme de terror para saga, leia mais AQUI), tenha mais oportunidades de mostrar o seu trabalho na franquia, criando conteúdo original e mais sombrio, sem ter que apelar para o lado religioso do termo.
